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Cada uma faz sua escolha

Quarta-feira é dia de show, mais um espetáculo midiático: o anúncio dos 23 convocados para a Copa

Em 1966, a seleção inglesa, campeã do mundo, inovou ao jogar com duas linhas de quatro e dois atacantes. Nascia o 4-4-2. Quase 50 anos depois, o mesmo sistema tático é usado pelo Real e pelo Atlético de Madri, finalistas da Liga dos Campeões da Europa.

Antes da partida contra o Bayern, o Real jogava com uma linha de três no meio-campo e outra de três na frente. Nestes dois jogos, Isco, no primeiro, e Bale, no segundo, recuaram para formar, com os dois volantes e mais Di Maria, uma linha de quatro. Os pontas Ribéry e Robben tinham sempre dois para marcá-los.

O atual 4-2-3-1 é praticamente idêntico ao tradicional 4-4-2. Nas duas situações, há quatro defensores, dois volantes, um meia de cada lado, que marca e ataca, outro meia centralizado e um centroavante (algumas equipes preferem uma dupla de atacantes).

Os times brasileiros, nesses quase 50 anos, só agora começam a jogar com duas linhas de quatro, quando perdem a bola. Dizia-se que era uma retranca. O Boca Juniors ganhou várias decisões sul-americanas atuando dessa forma e priorizando o contra-ataque, como fazem, hoje, Real e Atlético de Madri.

Bayern e Barcelona preferem ocupar o outro campo e dar o contra-ataque ao adversário. Isso é perigoso, contra um grande time, como o Real, louco para ter espaços para contra-atacar.

Em outras circunstâncias, com os mesmos jogadores e sistemas táticos, o resultado poderia ser outro. Há várias maneiras de vencer. Times como Bayern e Barcelona, quando vencem, encantam mais. Seria como escolher entre viver intensamente, correndo mais riscos, e viver com mais cautela, segurança. Cada um faz sua escolha.

Melhor ainda se um técnico, em uma mesma ou em diferentes partidas, tivesse opções, de acordo com o momento. Não seria trair seus conceitos. Seria engrandecê-los.

A seleção brasileira está muito mais para Real e Atlético de Madri do que para Bayern e Barcelona. O time brasileiro, quando perde a bola e não consegue marcar por pressão, também forma duas linhas de quatro. Hulk, pela direita, e Oscar ou Neymar, pela esquerda, voltam para defender, ao lado dos volantes, e proteger os laterais.

Na quarta-feira, sai a lista dos 23 para a Copa. Felipão já anunciou vários nomes, geralmente em grandes eventos comerciais e em alguns programas de televisão. Os últimos nomes ficaram reservados para o show final. Tudo vira um espetáculo. É o culto ao entretenimento, às celebridades, às imagens, às aparências e ao produto. Milhares de pessoas vão mostrar a cara na internet. A idiotice dos selfies já chegou até aos programas esportivos.

Quem serão os 23? Felipão disse que nem Murtosa, seu fiel escudeiro, sabe todos os nomes. Será que alguém vai dar o furo, antes do anúncio oficial?


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