Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Prancheta do PVC

PAULO VINÍCIUS COELHO

O armador invisível

Ganso tem de descobrir por que não existe nenhuma hipótese nem cobrança para que Felipão o inscreva

No dia 5 de maio de 2010, há exatamente quatro anos, o Brasil clamava por Ganso. Era uma terça-feira e faltavam seis dias para a convocação final de Dunga para a Copa. No domingo anterior, Ganso só não fez chover.

O Santos perdeu para o Santo André por 3x2 e ficou com o título paulista de 2010, na partida marcante pelo escanteio cobrado sem tirar a bola do lugar e por seu dedo indicador balançando negativamente para avisar ao técnico Dorival Júnior que não pretendia sair de campo.

Ganso prendeu a bola e segurou o resultado sem retranca. Só com bons passes.

Por alguns dias, foi o Zidane brasileiro. Não é mais.

A dois dias da convocação final de Felipão, não se fala no armador do São Paulo. No sábado, contra o Coritiba, ficou no banco de reservas.

O Brasil se ressente de armadores da sua característica e a rodada do fim de semana mostrou isso. A posição de Ganso no São Paulo foi ocupada por Pato, o Grêmio jogou com o atacante Luan como meia, o Flamengo usou Paulinho nessa função.

Faltam meias no Brasil, mas não na seleção. Oscar e Willian são boas escolhas. E quem os contesta pede Coutinho, do Liverpool.

Nenhum deles é Zidane, como Ganso foi. Mas criam, passam, ajudam a organizar e dão combate.

Ganso reclama.

O São Paulo jogou melhor com ele em campo, no segundo tempo, do que com Pabón, na primeira etapa, ele disse. E daí?

Se comparávamos Ganso a Zidane, como comparar com Pabón.

Muricy compara.

No sábado, o técnico argumentou precisar jogar pelos lados. Qualquer um poderia deixar o time para escalar Pabón. Ganso saiu, porque hoje seu futebol não compensa.

Discute-se se seria melhor que jogasse mais atrás, mais ao lado, mais pelo meio. No fundo, tudo isso já foi feito, menos escalá-lo como volante.

Não parece ser isso.

Se houvesse um armador com as características de Ganso jogando muito bem, não seria necessariamente titular da seleção. Não é simples ter um jogador do seu estilo, de pouca participação durante os 90 minutos. Neymar é o melhor da seleção e participa do trabalho defensivo.

Mas com os dois juntos, o Santos foi campeão da Libertadores jogando bem --e competitivo. Não se fala sobre Ganso na seleção nem no São Paulo por sua culpa. Sua crise pode ser física, técnica, mental...

Ele tem de descobrir por que, a dois dias da convocação, não existe nenhuma hipótese nem cobrança para que o técnico o inscreva.

No terceiro jogo da Copa de 2010, Kaká estava suspenso, e Júlio Baptista em campo contra Portugal. Dunga fez sinal para o auxiliar Jorginho querendo alguém que tocasse a bola. Jorginho balançou a cabeça negativamente. Ganso estava no Brasil.

Se a situação se repetir em junho, ninguém vai criticar Felipão por não ter convocado Ganso.

O MELHOR GRUPO

No imprevisível Brasileirão, o Cruzeiro já mostrou ter o melhor grupo de jogadores. Seus reservas têm 100% de aproveitamento, o time inteiro chegou a sete pontos em três jogos, o melhor aproveitamento. Se não houver crise por eventual eliminação na Libertadores, vai brigar pelo título de novo.

A MELHOR DEFESA

O Corinthians está longe de ser insinuante, envolvente. Uma única coisa o time de Mano Menezes já tem: a defesa. É difícil entrar na defesa menos vazada do Brasileiro. Em 2013, o melhor ataque, do Cruzeiro, embalou o time rumo ao título. Mas muitas vezes a defesa é o que mais forma campeões.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página