Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Prancheta do PVC

Sinos do inferno

Desde que a música Hells Bells começou a tocar, o São Paulo nunca mais ganhou títulos com frequência

PAULO VINÍCIUS COELHO

Muricy chegou ao campo de Barueri ontem cercado por repórteres e incomodado por um som. "Que barulho é este?", perguntou ao jornalista que o cercava. "É a música que o Rogério Ceni escolheu para o São Paulo entrar em campo." Muricy escutou a resposta e emendou, espantado: "Tem isso, agora?"

Tem, sim, desde 2008, quando Rogério Ceni escolheu a trilha Hells Bells, da banda australiana AC/DC, para o tricolor entrar no gramado. Desde que os sinos do inferno (Hells Bells) começaram a tocar, o São Paulo nunca mais ganhou títulos com a frequência de antes.

Pouco antes de os sinos começarem a soar, Muricy estava no céu, apontado como o melhor técnico do Brasil. Na campanha de 2007, começou discretamente a escalar o São Paulo com duas linhas de quatro homens.

"Você está fazendo duas linhas, com o Alex Silva como lateral direito?"

Na campanha do bi, Muricy escutou minha pergunta e desconversou: "Não, é só pela circunstância do jogo."

Um mês depois, boa parte da torcida estava vendo Alex Silva como lateral direito, Jorge Wagner ou Richarlyson como lateral esquerdo, duas linhas de quatro como se joga na Europa.

Ontem, quem jogou assim foi o Corinthians. Mano Menezes queria bloquear o previsível ataque do São Paulo, retomar a posse de bola e jogar. O sistema não é necessariamente bom. Surpreender, sim.

O Tricolor seguiu sua rotina.

Os times de Muricy jogam como o padrão mundial do 4-2-3-1 desde o Santos, campeão da Libertadores. Dois volantes. À frente deles, um homem aberto de cada lado e um armador. Parece diferente quando jogam Pato e Ganso juntos, mas sempre alguém marca pela direita, outro pela esquerda e um armador ou ponta-de-lança perto do centroavante.

O São Paulo é melhor do que era no Paulista, porque joga junto há mais tempo, mas não parece ainda candidato ao título, porque é previsível. Nos três títulos seguidos entre 2006 e 2008, o São Paulo variava. Jogou quase toda a campanha de 2006 com três zagueiros, mas terminou com Júnior na lateral esquerda, dois volantes e dois meias.

Em 2007, quando a escalação era anunciada com Alex Silva, Breno e Miranda, ninguém sabia se o sistema seria 3-5-2 ou 4-4-2. Dependia do adversário e do que Muricy pretendia. Hoje, jogue Ganso, Pato, Ademílson, Osvaldo ou Pabón, quase sempre há dois volantes e uma linha de três armadores atrás de Luís Fabiano.

Não é simples montar o São Paulo de Luis Fabiano, Ganso e Pato -- ausente ontem. O melhor jeito talvez seja ter três homens atrás deles e liberar os três mais talentosos para criar. O elenco não tem três volantes que marquem e também criem. Mas o requisito básico deve ser a criatividade de Muricy. Aquela que despistava na época do bicampeonato brasileiro, em 2007.

QUASE INVICTO

O Inter ganhou pela 21ª vez no ano, contra o Atlético-PR, sábado. Tem destaques pouco comentados, como o chileno Aránguiz e Alan Patrick. Desde que o ano começou, empatou quatro vezes e perdeu só uma, com o time reserva. Dá sinal de rivalizar com o Cruzeiro pelo título que não ganha desde 1979.

FIM DO 100%

O único time 100% era o Cruzeiro reserva. Os titulares empataram com o São Paulo, os suplentes venceram dois jogos. Perderam ontem. O Atlético foi melhor sempre, mas levou 1 a 0. Aí, Levir Culpi abriu mão dos três zagueiros. Marion e Carlos ajudaram o time. O expressinho do Cruzeiro não é mais líder.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página