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Fábio Seixas

Pequenices

Festa da Marussia pelos primeiros pontos na F-1 foi o momento mais tocante do GP de Mônaco

Lá se vão exatos cinco anos, três meses e três dias. Naquele 27 de fevereiro de 2009, Obama anunciava seu plano para a retirada das tropas americanas do Iraque, a novela "Caminho das Índias" fazia sucesso, Ronaldo era multado pelo Corinthians por cair na balada em Presidente Prudente.

E o presidente da FIA era Mosley. Que, ainda abalado por um escândalo sexual, anunciou um processo de seleção de novas equipes na F-1. A ideia fazia parte de um pacote de medidas com o objetivo de reduzir os custos da categoria.

Foram 15 as candidatas, entre elas Stefan GP e Prodrive, mais um punhado de iniciativas obscuras. Em 12 de junho, a FIA anunciou as três vencedoras: Campos Grand Prix, Team US F1 e Manor Grand Prix.

A primeira começou mal. O ex-piloto Adrián Campos não conseguiu levantar a verba necessária e vendeu a vaga para um empresário espanhol, que a rebatizou de Hispania. Disputou 56 GPs até deixar a categoria, quebrada e sem nenhum ponto.

A segunda não chegou a começar. Os americanos não conseguiram construir um carro e chegaram a vender os motorhomes no eBay para ajudar a pagar as dívidas. Um fiasco histórico, outro duro golpe para os sonhos de Mosley e Ecclestone na América.

A terceira avançou aos trancos e barrancos. Estreou na F-1 batizada de Virgin, marca da principal patrocinadora. Em 2011, passou a se chamar Marussia, marca russa de carros esportivos. E passou esse tempo todo ralando, ralando, ralando...

Foram necessárias 64 corridas para que, no domingo passado, festejasse pela primeira vez. Com o nono lugar em Mônaco, Bianchi conquistou os primeiros pontos da história da equipe.

A festa no principado foi de título mundial, o momento mais tocante do GP. "Um passo grande", disse Bianchi.

Passo que tem preço. No complicado sistema de premiação da FIA, os dois pontinhos podem render à Marussia até US$ 30 milhões no final do ano.

É este o ponto, sem trocadilho. Até hoje, a equipe apenas desembolsou dinheiro. Pagou frete para todos os GPs que disputou. Não recebeu nada da FIA.

Conseguiu sobreviver porque sua conta bancária tinha mais fundos que as das outras. Só por isso.

Pautar a premiação pela meritocracia é compreensível, acontece nas melhores empresas. Mas o fosso na F-1 é amplo demais.

O esporte americano, por exemplo, usa lógica inversa: privilegia o fundo da tabela na hora de distribuir os melhores jogadores em seus drafts.

A FIA nunca chegará a tanto, não serei utópico. Mas poderia começar a distribuir mais carinho para as nanicas, porta de entrada para tanta gente boa. Nenhum esporte é feito apenas de gigantes.

fseixasf1@gmail.com


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