Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Olé

Com excelentes atuações de Van Persie e Robben, ataque holandês matou o desafinado tique-taque espanhol

DE SALVADOR DOS ENVIADOS A SALVADOR

A Espanha decerto não dá sorte no Brasil. Foi aqui que sua melhor geração sofreu suas duas maiores derrotas: além dos 5 a 1 para a Holanda, levou baile da seleção brasileira na final da Copa das Confederações, em 2013.

Foi aqui também, e igualmente na Copa do Mundo, a de 1950, que os espanhóis sofreram um 6 a 1 do Brasil num Maracanã que entoava a marchinha "Touradas em Madri".

Em Salvador, as touradas viraram olé mesmo.

A torcida na Fonte Nova era claramente pró-holandesa desde o início. Talvez pela sentimento natural de derrubar quem está no topo, como os espanhóis. Certamente porque havia entre os espanhóis um brasileiro, o atacante Diego Costa, pela primeira vez escalado em jogo oficial.

Coube justamente a ele o ato inicial da tragédia de sua equipe, o primeiro toque na bola. Foi ele quem sofreu o pênalti que, cobrado por Xabi Alonso, colocou os espanhóis à frente. Sobraram para ele os maiores apupos na Fonte Nova, apesar dos seguidos pedidos de compreensão que fez durante a semana.

Magoou? "Não", responde ele. "Respeito, mas isso não me afeta. Fiz a coisa que me parece a mais correta."

Foi na segunda etapa, sob chuva, que o jogo de contra-ataque holandês matou o desafinado tique-taque espanhol e consagrou a escolha feita pelo técnico Louis van Gaal de trocar o tradicional 4-3-3 por cinco defensores.

Ironia pura, foi justamente a escola holandesa que fez germinar o tique-taque espanhol, tantos foram os jogadores e técnicos que exportaram para o Barcelona, o próprio Van Gaal incluído.

Não só de tática e de torcida contra se construiu o massacre holandês.

Foram determinantes as falhas da defesa espanhola.

No fim do primeiro tempo, Piqué ficou mal posicionado e deu condição ao holandês Van Persie, que fez um golaço de cabeça, encobrindo Casillas e acabando com suas chances de se tornar o goleiro com maior invencibilidade na história das Copas.

No segundo tempo, o zagueiro continuou dando sua contribuição. Num dos gols, levou um drible seco de Robben dentro da área. Noutro, fez uma falta boba no lado direito. Na cobrança, Casillas começou a participar do mau resultado com saída errada.

O goleiro ainda derrapou num domínio de bola e entregou o quarto gol para o atacante Van Persie.

Mesmo depois de fazer o quinto gol, novamente de Robben, novamente num contra-ataque, o domínio holandês sobre os espanhóis continuou total.

Ao fim do jogo, um Fernando Torres estirado no chão da Arena Fonte Nova mostrava o quanto os espanhóis haviam sentido a revanche da final de 2010.

Líder do grupo e primeira sensação da Copa, a Holanda agora terá pela frente a Austrália, na quarta-feira (18), em Porto Alegre.

A ver se até lá ele manterá sua política liberal de concentração. Enquanto os holandeses foram à praia e ao Cristo Redentor, no Rio, os espanhóis ficaram trancados em Curitiba treinando sob 13 graus Celsius.

Na véspera do jogo com a Espanha, o técnico dizia que a Holanda queria chegar até a semifinal, quem sabe a final. Talvez agora já pense diferente. (JOÃO PEDRO PITOMBO, AGUIRRE TALENTO E ROBERTO DIAS)


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página