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Felipão não quer mudar time, o que fez em 2002
Dos cinco títulos mundiais do Brasil, só o time de 70 foi mantido até a final
Críticas a Oscar? Luiz Felipe Scolari o defende. Daniel Alves não está bem? Felipão rasga elogios ao lateral. Fred não faz gol? O técnico lembra que o atacante é fundamental em seu esquema não apenas por ser um goleador.
Esse é o roteiro da "família Scolari", termo criado em 2002 para mostrar que a primeira regra do técnico é proteger seu grupo. Por isso, sempre que se pergunta a Felipão sobre a possibilidade de mudar o time, ele desdenha.
"Se falava sobre a possibilidade de Oscar sair apenas por aí [faz o gesto apontando para os jornalistas na sala de coletiva]. Aqui, não se falou", disse o treinador.
A aposta em manter Oscar no time titular se mostrou acertada depois da ótima apresentação do camisa 11 na vitória de 3 a 1 sobre a Croácia na estreia do Mundial --e abafou a ideia daqueles que imaginavam que Willian deveria ganhar essa vaga.
Mas a história mostra que o time titular da seleção brasileira que começa uma Copa dificilmente é o que termina.
Dos cinco títulos mundiais do país, somente em 1970 o time idealizado antes da Copa por Zagallo foi o da estreia e também repetido na final.
Em 1958, 62, 94 e em 2002, com Felipão, houve mudança.
Doze anos atrás, Felipão optou por Kleberson no lugar de Juninho Paulista a partir das quartas de final, depois de o volante ter ido bem na vitória sobre a Bélgica por 3 a 2. Durante o Mundial asiático, ele também colocou em campo todos os reservas.
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Observando os treinos da seleção, a posição em que se percebe a maior disputa é a lateral direita. Maicon tem treinado como se disputasse a sua final de Copa. E Daniel Alves tem tido problemas de posicionamento.
Antes da estreia, o croata Olic provocou e disse que o Brasil deixava espaços. Com dez minutos de jogo, Olic avançou nas costas de Daniel Alves, cruzou e Marcelo chutou contra a própria meta.
Paulinho também vive má fase. Sua vantagem é que seus reservas não têm mostrado eficiência.
Contra os croatas, Paulinho foi sacado, e Hernanes, o substituto, conseguiu ter uma atuação ainda mais irregular.
Quando Paulinho esteve na reserva do Tottenham, seu time na Inglaterra, e treinando em uma posição que não o agrada, a de primeiro volante, Felipão fez questão de conversar pessoalmente com o volante, em visita a Londres. Avisou-o que não só ele seria convocado em 7 de maio como seria titular.
Faz parte de seu trabalho psicológico: passar tranquilidade a seus atletas. Resta saber se os próximos jogos manterão a calma do técnico. (BERNARDO ITRI, MARCEL RIZZO E SÉRGIO RANGEL)
