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Zagueiro holandês de 1974 elogia 'carrossel chileno'

Titular da 'Laranja Mecânica', Rijsbergen vê semelhanças entre os sul-americanos e o time revolucionário de 40 anos atrás

RAFAEL REIS ENVIADO ESPECIAL AO RIO ROBERTO DIAS ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA (GUILHERME SETO)

Há 40 anos, tinha início a última grande revolução tática do futebol. A vitória por 2 a 0 sobre o Uruguai, com gols de Rep, foi a primeira em Copas da seleção que colocou a Holanda no mapa da bola.

Espantado à época com a marcação por pressão da seleção europeia, o uruguaio Pedro Rocha classificou o jogo como um atropelamento.

O sonho durou dois Mundiais, consagrou o técnico Rinus Michels, elevou Cruyff à condição de lenda e mudou o futebol. Só não rendeu títulos --o time foi derrotado na final de 1974 pela Alemanha e na de 1978 pela Argentina.

A Holanda dos anos 1970 foi chamada de "carrossel holandês" devido à mobilidade constante de seus jogadores.

O esquema original era o 4-3-3. Cruyff, o centroavante, recuava e jogava como meia. Haan, zagueiro na teoria, juntava-se ao meio-campo. Era um caos. E totalmente organizado por Michels e Cruyff.

"Vejo o Chile e também a Alemanha tentando fazer a mesma coisa que a gente", disse à Folha Wim Rijsbergen, zagueiro do "carrossel".

Surpreendentemente, para ele, o herdeiro direto da Holanda dos anos 70 não é a equipe holandesa, mas o Chile, seu adversário na chave.

O "carrossel chileno", como brinca Rijsbergen, pode até eliminar os espanhóis se bater a "Roja" na quarta (18).

Os sul-americanos já gozavam da simpatia dos integrantes da Laranja Mecânica quatro anos atrás. Em 2010, Cruyff classificou o Chile como o melhor do Mundial.

O técnico Marcelo Bielsa, que comandava a seleção chilena, foi substituído por Jorge Sampaoli, que manteve a linha de trabalho holandesa.

Na teoria, o Chile atua no mesmo 4-3-3 tradicional na Holanda até este Mundial (os laranjas têm jogado com cinco atrás). Mas só na teoria.

Valdivia, o centroavante, é um meia, como era Cruyff. Marcelo Díaz, o volante, é quase um zagueiro. E Aránguiz e Vidal, os meias, chegam à frente o tempo todo.

Mesmo sem ter o papel de herdeira, a atual Holanda não deixa de evidenciar como a Laranja Mecânica influenciou o futebol --sobretudo após golear a Espanha.

Foi com Michels e Cruyff que o Barcelona começou a montar seu estilo de jogo, a partir dos anos 70. A influência holandesa sobre o tique-taque espanhol é evidente.

O atual técnico holandês, Louis van Gaal, que comandou o Barcelona e o holandês Ajax, é herdeiro direto dessa filosofia. "Fiquei de queixo caído quando vi o Ajax de Van Gaal", afirmou o técnico Pep Guardiola, ex-Barcelona.

Como o time catalão é a principal base da Espanha, a "contaminação" do time nacional foi inevitável. Mas, enquanto os espanhóis aderiram ao estilo "até a morte", como falou nesta semana o meia Xavi, os holandeses mudaram.

Foi em maio que Van Gaal disse que usaria cinco zagueiros ao menos em parte desta Copa. Para muitos, foi um choque, mas Van Gaal dá de ombros e diz que pode voltar ao 4-3-3 quando bem entender.

Como, aliás, deve acontecer no próximo jogo, contra a Austrália, na quarta (18).

A ideia é deixar o time mais ofensivo. O lateral Blind pode ir para o meio, e o zagueiro Bruno Martins Indi ficar na lateral. O volante De Guzman daria lugar a um atacante.


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