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Entrevista - Schweinsteiger

Estamos dominados pela febre brasileira

Craque alemão, que revela não estar 100%, diz se sentir completamente em casa

FABIO VICTOR ENVIADO ESPECIAL A SANTA CRUZ CABRÁLIA (BA)

Ao menos no começo do torneio, o mundo não verá um dos craques da Copa em sua melhor forma.

O volante Bastian Schweinsteiger disse, em entrevista à Folha, que ainda não está 100% recuperado de uma contusão no joelho que o afastou dos gramados no último mês --na temporada passada, teve uma lesão no tornozelo direito.

O atleta do Bayern de Munique passou por exames numa clínica em Eunápolis, neste sábado (14), depois de levar uma pancada no pé-esquerdo no treino da sexta (14). A informação foi confirmada pela DFB (Federação Alemã de Futebol).

No último de que participou -- vitória por 6 a 1 no dia 6, contra a Armênia--, entrou no segundo tempo.

Meio cérebro, meio motor da Alemanha e do Bayern, no Brasil o volante de 29 anos tem se revelado um dos mais simpáticos jogadores da delegação, especialmente depois que surgiu num vídeo, gravado na vila praiana de Santo André (onde está o QG do time, na Bahia), ao lado do goleiro Neuer, cantando o hino do Bahia e vestido com a camisa do clube.

Também fez festa com os índios pataxós num treino e disputou pelada com garotos pobres numa escola.

"Estamos dominados pela febre brasileira'", disse ele, em entrevista via e-mail --por solicitação da federação alemã --na própria sexta-feira.

"Sinto-me completamente em casa aqui."

Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

Folha - Você integra uma "geração de ouro" do futebol alemão, que, no entanto, nunca ganhou um título de peso. Acha que chegou a hora de vocês? Não ser campeão no Brasil será uma frustração?
Bastian Schweinsteiger - Você deve separar as coisas: na última temporada, pelo Bayern de Munique, ganhamos a Liga dos Campeões, a Bundesliga [o Alemão], a Copa da Alemanha e o Mundial de Clubes da Fifa. Então MOSTRAMOS SIM que essa geração é capaz de conquistar grandes títulos.
Agora, como jogadores da seleção alemã, temos de fazer o mesmo. Toda potência futebolística ficará desapontada se não vencer a Copa, isso vale para a Alemanha, para o Brasil ou para a Espanha. Mas só um time fica com o troféu, e essa é a beleza da coisa.

Quais são os favoritos? E quem pode ser a surpresa? E entre os jogadores, quais suas apostas para craque e revelação?
Como anfitrião, o Brasil é o favorito. Queremos, porém, ser bons visitantes e mostrar nossa melhor forma. A Espanha é a campeã --um time que merece respeito em qualquer situação [a entrevista foi realizada antes da goleada sofrida para a Holanda].
A Bélgica está em processo de construção de um grande time e claramente tem "potencial de azarão". E não vamos esquecer os outros sul-americanos, que darão tudo de si jogando em sua região.
Definitivamente Neymar tem tudo para se tornar a estrela absoluta do torneio. Os dois gols na estreia falam por si. Na Alemanha, acho que Mario Götze pode se destacar num elenco que é muito bom. Ele tem só 21 anos, mas é tecnicamente brilhante e muito maduro para a sua idade.

Por causa de lesões no tornozelo e no joelho, havia dúvidas sobre sua participação na Copa. Você está 100% pronto para jogar? Vai começar a partida contra Portugal?
Estou indo bem e feliz por conseguir fazer treinos completos, sem limitações. Para ser sincero, ainda não estou 100%, mas até segunda-feira há tempo bastante [a entrevista foi realizada na sexta, 13]. Seja qual for a decisão do técnico, sempre o apoiarei.

Os alemães têm imagem de sisudos, mas atitudes suas e de seus colegas revelam um comportamento diferente. Essa imagem alemã é um mito? Quais são os jogadores mais "brasileiros" da Alemanha?
A vida tem nos tratado bem. Temos muitas razões para estar felizes e adoramos mostrar nossa alegria para os outros --junto de nosso amigo Dante, por exemplo, que nos ensinou um pouco do jeito brasileiro de viver. Não acho que possa apontar um colega específico. Estamos todos dominados pela "febre brasileira".

O que você conhece sobre o Brasil e a cultura do país?
Fiquei surpreso em saber que o Brasil tem 200 milhões de habitantes e que há um grande percentual de pessoas com raízes africanas. O resultado é um mix perfeito --todo mundo tem ritmo e música nas veias. Sinto-me completamente em casa aqui.

Como surgiu a ideia de você e Neuer vestirem a camisa do Bahia e cantarem seu hino?
Queríamos vestir a camisa do time para o qual Dante torce e enviar um vídeo para ele. Somos amigos, apesar de estarmos competindo em lados diferentes nesta Copa. Essa é a mensagem que queríamos que ele recebesse e estamos encantados (e um pouco surpresos) que a mídia e as pessoas no Brasil reagiram tão positivamente.


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