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Elemento surpresa

Jogadores brasileiros precisam estudar, estudar com afinco

ALCINO LEITE NETO DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

O diretor François Truffaut certa vez afirmou: "Todo o mundo tem duas profissões: a sua e a de crítico de cinema".

Adaptarei a frase ao nosso contexto, pois todo mundo tem ao menos duas profissões: a sua e a de comentarista de futebol.

Sendo assim, eu, que nunca dediquei muita atenção ao esporte, compactuo agora com milhões de torcedores em seus debates infinitos e tomo a liberdade de dizer que a derrota do Brasil para a Alemanha foi fruto da ignorância e do improviso.

Ignorância não dos jogadores, mas do time como conjunto, que foi incapaz de articular com inteligência (coletiva) a partida.

Um jogador alemão declarou que a vitória se deveu, entre outras coisas, ao fato de sua equipe ter estudado bastante o funcionamento da seleção brasileira.

Terão o técnico e os jogadores do Brasil feito o mesmo: um exame atento e laborioso das táticas do inimigo?

Se o fizeram, não demonstraram em campo. Se o tivessem feito, após o primeiro gol não precisariam ter ficado tão abismados: bastaria retomar a lucidez.

Mas não, desorientados, recorreram à única coisa que, parece, eles tinham de fato para mostrar: o improviso.

Improvisos podem impressionar outros improvisadores, mas não germânicos, que cultivam pouco esse hábito.

Os alemães perseveraram em sua estratégia, e lá vieram os gols sucessivos, porque a espontaneidade brasileira em campo foi se tornando apenas caos diante da racionalidade guerreira do outro time.

Vou dispensar a metáfora final dos comentários futebolísticos. Mas arriscarei ao menos um prognóstico. Esta é a Copa que talvez deixará claro ao imaginário coletivo que está em vias de acabar (ou já acabou) aquele velho Brasil --do jeitinho, da gambiarra, do país abençoado, do sucesso sem esforço, da falta de planejamento, do individualismo malandro e outras manias. Vamos fazer o novo.


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