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Garra X arte

Alemanha tenta seu quarto título com futebol ofensivo contra uma Argentina na defesa

ALEX SABINO FABIO VICTOR ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

A equipe que tem o maior atacante do mundo vai se defender. A seleção que ganhou três títulos jogando um futebol pragmático vai atacar.

Argentina e Alemanha decidem neste domingo (13) a Copa do Mundo, no Maracanã, Rio, a partir das 16h, com mentalidades distintas.

Os alemães buscam algo inédito: uma taça com futebol bonito e sendo favoritos.

A Argentina entrará com três dos atacantes mais caros do planeta: Lavezzi, Higuaín e Messi. Este, o único jogador escolhido quatro vezes o melhor do mundo (de 2009 a 2012). Apesar do poder de fogo, só se encontrou no torneio quando fechou o meio-campo e passou a se defender melhor.

O símbolo da garra nacional argentina passou a ser Mascherano. O volante que deu carrinho decisivo contra a Holanda na semifinal e evitou gol certo de Robben confessou ter "aberto o ânus" na jogada. Seu futebol só cresceu quando passou a ter Biglia a seu lado na proteção à zaga.

Um cabeça de área convocado para ser reserva de Mascherano, a quem classificou como seu maior ídolo.

Com os dois, a Argentina vai buscar fazer o que o Brasil não tentou nos 7 a 1: congestionar o meio-campo.

Em todos os seus títulos, a Alemanha esteve associada a goleiros de gelo, defesas intransponíveis, disciplina tática, contra-ataques mortais e jogadas áreas --o receituário clássico do futebol-força.

Beckenbauer, Rummenigge e Matthäus eram craques, exceções de futebol-arte a confirmar a regra.

Tanto que, em suas três conquistas, a Alemanha jamais chegou à final como protagonista. Em 1954 e 1974 derrotou Hungria e Holanda, respectivamente. Dois rivais que revolucionaram o futebol, mas que sucumbiram diante da eficiência germânica. Em 1990, a Alemanha bateu uma Argentina devastada por contusões e com um Maradona sem condição de jogo.

VIRADA

A virada ocorreu em 2006, quando, ao sediar a Copa, começou a surgir na Alemanha uma geração de ouro, que tinha como virtudes a qualidade técnica, o toque refinado, a velocidade, a versatilidade e a fome de gol. A defesa é que passara a ser o ponto fraco.

Integravam o grupo Lahm, Schweinsteiger e Podolski, além de Klose. O time caiu na semifinal e foi terceiro.

Quatro anos mais tarde, apareceram mais talentos no projeto alemão iniciado em 2002, como Özil, Müller, Khedira, Neuer e Kroos. A Alemanha jogou bonito, mas foi novamente eliminada na semifinal. Voltou a ser terceira.

Neste domingo, as duas gerações se encontram, reforçadas por uma terceira fornada, da qual fazem parte Hummels, Schürrle e Götze.

Esse elenco talentoso, que atingiu o seu auge ao massacrar o Brasil, tenta enterrar o estigma de "quase chegar lá".

MUDANÇA

Alejandro Sabella, o técnico argentino, flertou com o ofensivo 4-3-3 na primeira fase. A partir das oitavas de final, percebeu que a fragilidade da defesa exigia mudanças. Trocou Fernández por Demichelis no miolo da defesa. O estilista e displicente Gago deu lugar ao disciplinado Biglia. Lavezzi virou meia.

Pode não ser bonito, mas nos últimos três jogos a Argentina não sofreu nenhum gol.

Mais que isso: uma retaguarda acostumada a dar espaços para os rivais quase não foi ameaçada. Sabella montou um esquema que anulou Robben na semifinal.

A Alemanha chegou para ganhar e encantar o mundo com o toque de bola entre Kroos, Müller e Khedira. A Argentina veio para ganhar e ponto final. Pode ser com uma jogada genial de Messi, mas, se for com um carrinho de Mascherano, que seja.

Será a terceira final de Copa entre as seleções, que já decidiram em 1986 e 1990.

Depois de ter massacrado o Brasil, espera-se que a Alemanha ganhe a taça com futebol bonito. A Argentina quer vencer. Se for possível jogar bem, ótimo. Se tiver de ser campeão se defendendo, não há problema. "O que fica é o resultado", definiu o atacante Higuaín.


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