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Gremista acusada de racismo pede perdão a Aranha e quer encontrá-lo

JUSTIÇA
Goleiro do Santos, no entanto, rejeita conversa com torcedora e pede punição

FERNANDA CANOFRE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO ALEGRE DE SÃO PAULO

Patricia Moreira falou por apenas um minuto com os jornalistas nesta sexta, dia 5, em um hotel de Porto Alegre.

Foi tempo suficiente para, chorando, enfatizar seu amor pelo time do Grêmio e pedir perdão a Aranha.

A auxiliar de odontologia de 23 anos, identificada como autora de xingamentos contra o goleiro santista, negou que seja racista.

"Quero muito pedir desculpas para o goleiro Aranha. Perdão de coração porque não sou racista. Aquela palavra macaco' não foi racismo", disse ela.

Segundo o seu advogado, Alexandre Rossato, a palavra "macaco", usada no contexto de um jogo de futebol, não se configura em racismo. "É só mais um termo utilizado dentro do futebol."

Não foi esse o entendimento do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). As ofensas de Patricia e de outros torcedores gremistas culminaram na eliminação da equipe gaúcha da Copa do Brasil, em uma decisão inédita em casos de racismo.

"Foi no calor do jogo, o Grêmio estava perdendo, o Grêmio é minha paixão. Eu vivia para ir ao jogo do Grêmio", disse Patricia, que não quis responder às perguntas dos jornalistas.

"Peço desculpas para o Grêmio, para a nação tricolor. Não queria nunca prejudicar o Grêmio. Eu amo o Grêmio. [Peço] Desculpas para o Aranha. Perdão, perdão, perdão mesmo", afirmou ela.

Segundo o advogado, sua cliente gostaria de encontrar o jogador santista para pedir desculpas pessoalmente.

O goleiro, contudo, prefere não vê-la. Por meio da assessoria de imprensa do Santos e de amigos, disse que não existe razão para o encontro, que poderia minimizar a repercussão e a gravidade do episódio de racismo.

Aranha também afirmou que seu foco está no Santos, que joga hoje contra o Vitória, e que espera que os torcedores identificados pelos insultos sejam punidos.

'JULGAMENTO SOCIAL'

Rossato contou ainda que a jovem abandonou as redes sociais e deixou a casa onde vivia, na zona norte de Porto Alegre. "Ela perdeu a vida", afirmou o advogado.

"A Patrícia já foi julgada socialmente, independentemente de inquérito policial ou não. O racismo, infelizmente, é um problema social e não podemos jogá-lo tão somente em cima dessa menina", completou Rossato.

Na quinta-feira (4), ela prestou depoimento na Polícia Civil em Porto Alegre, quando já havia negado a intenção de ofender Aranha.

De acordo com a polícia, trata-se de caso de injúria racial, crime afiançável que pode acarretar pena de um a três anos de reclusão mais multa.


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