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Nervoso e frágil na defesa, Brasil perde e deixa Mundial
BASQUETE
'Foi nossa pior exibição', diz Raulzinho, que teve atuação discreta
"Foi a derrota que mais me doeu", disse Leandrinho, cabisbaixo, após derrota para a Sérvia por 84 a 56 que tirou o Brasil do Mundial de basquete nas quartas de final.
Ele era o retrato de uma seleção que, apesar de ter chegado à competição por meio de um convite comprado, apresentou uma campanha tão consistente que chegou a sonhar com uma medalha.
A seleção que se exibiu na Espanha vinha conseguindo mudar sua imagem, arranhada nos últimos anos pelos constantes pedidos de dispensa de atletas da NBA e pelo fiasco da Copa América de 2013, na qual a equipe acabou derrotada em todas as suas quatro partidas.
As vitórias sobre a Sérvia e a França na primeira fase do Mundial e a revanche contra seu antigo algoz, Argentina, nas oitavas de final, ampliaram a confiança da seleção, que se sentia cada vez mais próxima do pódio.
Mas, no meio do caminho, havia a Sérvia. A mesma Sérvia que há só uma semana tinha sido vítima do Brasil em uma das melhores exibições da equipe de Magnano, que saiu vitoriosa por 81 a 73.
"Sabíamos perfeitamente o jogo que tínhamos, o rival que tínhamos. Criamos muitas expectativas devido à vitória na primeira fase", comentou o técnico do Brasil.
Mas a Sérvia de uma semana atrás não era a Sérvia de ontem. E o Brasil que entrou em quadra ontem não fez jus ao que se apresentou nos seis jogos anteriores do Mundial.
"Foi nossa pior exibição", resumiu Raulzinho, destaque da vitória sobre a Argentina, mas que teve uma atuação discreta nesta quarta (10).
O time do Brasil não demonstrou poder de reação diante dos sérvios.
A defesa, ponto forte da equipe, foi pouco eficiente. No ataque, a bola insistia em não cair após arremessos precipitados. Se antes da derrota, o Brasil apresentava a segunda melhor pontaria entre as 24 equipes do Mundial, com aproveitamento de 52%, ontem essa porcentagem caiu para pífios 34%.
"É difícil uma derrota de quase 30 pontos de diferença. Nada deu certo pra gente. Tudo deu certo pra eles", afirmou Anderson Varejão.
Mesmo atuando mal, o Brasil ainda mantinha algum controle até o intervalo, quando saiu perdendo por 37 a 32. O golpe fatal veio no terceiro quarto. Nervosos, Tiago Splitter e Marquinhos se queixaram com a arbitragem e acabaram sendo punidos com duas faltas técnicas.
"Depois disso, foi muito difícil reverter. Não conseguíamos converter cestas em situações muito claras. Criamos um estado emocional do qual não conseguimos sair", explicou Magnano.
A partir daí, os sérvios, liderados pelo cestinha Teodosic (23 pontos no jogo), dispararam no placar, e o Brasil não esboçou reação.
O olhar dos jogadores estava perdido. O sonho da medalha acabava ali.
"Falei no vestiário que eles não mereciam acabar o Mundial desse jeito, com uma derrota por quase 30 pontos. Não sabemos quando teremos novamente outra possibilidade de medalha como essa", finalizou Magnano.
