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Símbolo chamuscado

Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, deixa comando da empresa após série de maus resultados da escuderia na F-1

DE SÃO PAULO

Apenas quatro dias depois de negar qualquer intenção de deixar a presidência da Ferrari diante de um enorme grupo de repórteres no paddock de Monza, Luca di Montezemolo anunciou seu desligamento da escuderia italiana.

A pior apresentação do time em um GP da Itália desde 2005 --com o abandono de Fernando Alonso e a nona colocação de Kimi Raikkonen--, no domingo (7), não ajudou.

A entrevista concedida na terça (9) por Sergio Marchionne, CEO da Fiat, detentora de 90% da Ferrari, na qual ele classificou a situação atual da equipe de F-1 como "inaceitável", foi a gota d'água para que o dirigente italiano deixasse seu cargo na mítica escuderia depois de 23 anos.

Seu sucessor no comando da Ferrari, cuja "Gestione Sportiva" é responsável pela equipe de F-1 no grande império que a marca se transformou nas últimas décadas, em grande parte por mérito do trabalho de Montezemolo, será justamente Marchionne.

Mas, apesar de ser uma marca tradicional, a Ferrari é apenas uma pequena parte do gigante automotivo internacional que é a Fiat, que agora inclui também o Grupo Chrysler, além de marcas como Alfa Romeo e Maserati.

Apesar de a divisão de carros de luxo ferrarista estar perto de apresentar lucros recordes sob o comando de Montezemolo, os maus resultados nas pistas nos últimos anos, como o jejum de seis anos sem títulos, começaram a respingar em outras áreas.

"Luca e eu discutimos a fundo o futuro da Ferrari. E nosso desejo mútuo de ver a Ferrari atingir seu potencial verdadeiro nas pistas nos levou a desentendimentos que ficaram claros no último final de semana", afirmou Marcchione na quarta (10), em referência ao péssimo desempenho da equipe na Itália.

O vexame em Monza, porém, foi apenas o último de uma série que a equipe vem enfrentando nas últimas temporadas da F-1. Desde 2010, quando Alonso "perdeu" o título para Sebastian Vettel no GP de Abu Dhabi, última etapa do Mundial daquele ano, a escuderia nunca mais conseguiu estar entre as grandes.

Em 2011 conquistou apenas uma vitória. No ano seguinte, Alonso ainda amealhou outras três, mas o time viu Vettel conquistar o Mundial com quatro etapas de antecipação. No ano passado, mais uma vez o carro da Ferrari não ajudou e Alonso venceu duas etapas, na China e depois na Espanha, em maio.

A vitória, aliás, é a última conquistada pelo time de Maranello, que enfrenta um jejum de 27 corridas sem vencer na categoria.

Por seus serviços, Montezemolo, que fica no cargo até 13 de outubro, data em que a Fiat lançará os papéis da Fiat Chrysler Automobiles na Bolsa de Nova York, receberá indenização de € 26,95 milhões (cerca de R$ 79 milhões).

Deste montante, € 13,25 milhões serão pagos até 31 de janeiro do próximo ano por o empresário ter concordado em não competir com a Fiat até março de 2017. O restante, que equivale a cinco vezes o salário anual do dirigente, deve ser pago em 20 anos.

"Hoje eu saio sereno e orgulhoso. Não há dúvida de que uma nova fase começa aqui para a Ferrari e o grupo como um todo", disse Montezemolo, cotado para assumir o comando da Alitalia, maior empresa aérea italiana.


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