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Prancheta do PVC

PAULO VINÍCIUS COELHO

O homem invisível

Todo mundo fala de Kaká, Ganso e Pato, mas o melhor jogador da vitória do São Paulo foi Alan Kardec

Os primeiros 30 foram duríssimos para o São Paulo ontem. A razão era a dificuldade para marcar os volantes. Como os meias de Muricy --Ganso e Kaká-- jogam abertos, Lucas Silva fazia o primeiro passe com liberdade. Sempre havia alguém solto. Ou Everton Ribeiro ou Ricardo Goulart ou Lucas Silva, dono do maior número de passes azuis na primeira etapa.

E ainda tinha Mayke, o excelente lateral do Cruzeiro, marcado de perto por Kaká -- como está trabalhando Kaká!

O jogo começou a mudar com o trabalho de Alan Kardec. Aos 31 minutos, Alisson fez falta no meio-de-campo em Kaká, Ganso recebeu falta de Ricardo Goulart e os dois reagiram. Evidência do nervosismo que começava a tomar conta do São Paulo.

Três minutos depois, Alan Kardec pegou a bola na frente da grande área e tirou um passe da cartola. Deixou Ganso frente a frente com Dedé e o zagueiro fez o pênalti.

Rogério Ceni marcou o gol 120 de sua carreira!

120!

Um gol muda muita coisa e o trabalho tático também. Ganso acompanhou Ceará, aberto pela direita. Às vezes, invertia com Kardec e marcava os volantes. Kaká sacrificou-se para marcar o menino Mayke, que você verá em breve com a camisa da seleção brasileira.

Mas de Kaká, Ganso e Pato, todo mundo fala... Alan Kardec é o jogador invisível. Ontem foi o melhor da partida. E só a estatística notou: fez seis desarmes segundo o Datafolha, e nenhuma assistência. Mas e o passe para o pênalti?

O São Paulo tem sete jogos com seu quarteto ofensivo e sete vitórias. Pato é o artilheiro deste período com seis e, incrivelmente, Kaká é o único dos quatro sem marcar nos jogos em que eles iniciaram juntos --no Brasileiro, fez só contra o Goiás.

Quando o São Paulo empatou com o Figueirense, há duas semanas, a distância para o Cruzeiro chegou a nove pontos. Em Santa Catarina, Ganso e Pato não jogaram e o quarteto se desfez. Tivesse vencido em Florianópolis e hoje a distância seria de dois pontos apenas.

Ganso, Kaká, Kardec e Pato não têm demonstrado apenas talento. Têm jogado com solidariedade. Por isso, juntos, ganharam 21 dos 42 pontos do São Paulo no campeonato --metade da pontuação é do quarteto.

A porcentagem é incrível! A aproximação para o Cruzeiro também. Em 2003, ano da tríplice coroa, o Cruzeiro chegou a abrir 12 pontos e viu a distância cair para seis a oito rodadas do fim. Hoje faltam 17. É bem mais perigoso.

O líder do campeonato não jogou mal. Foi melhor nos primeiros 30 minutos apesar do mal desempenho de Everton Ribeiro. Poderia abrir o marcador e teve chance de empatar a partida. Mas há jogos que decidem os craques.

Ontem, foi aquele que pouca gente vê. Alan Kardec deu o passe perfeito para Ganso sofrer o pênalti e fez o gol da vitória por 2 a 0.

MILAGRES DE CÁSSIO

Não é justo dizer que o Corinthians só se defendeu. Jogou com a bola e tentou entrar na defesa do Flamengo. O defeito não foi falta de ousadia, mas de qualidade. O gol rubro-negro foi irregular, mas poderia ter saído mais um, não fossem as defesas de Cássio. O Corinthians ainda precisa melhorar seu ataque.

MELHOR PALMEIRAS

A boa notícia é que o time jogou bem. Levou 3 a 0, mas a queda em jogo em que não ter três pontos era previsível foi positiva porque a equipe jogou. Cristaldo está dando sinais de evolução, Diogo trabalha muito e Valdivia pode voltar contra o Fla. É outra boa notícia. Valdivia não é solução, mas tem talento.


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