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Juízes estão sob 'pressão absurda', diz CBF

FUTEBOL
Chefe de árbitros repassa as orientações sobre bola na mão depois de 'desencontro de informações'

MARCEL RIZZO SÃO PAULO

A CBF admite que os árbitros estarão sob uma forte pressão nas próximas rodadas do Brasileiro devido à controvérsia em torno das infrações que devem ser marcadas quando a bola bater na mão de um jogador.

Por causa disso, os dirigentes responsáveis pela arbitragem da entidade tem agido para evitar que a confusão já instalada no futebol do país ganhe novos contornos.

A CBF enviou nos últimos dias vídeos e comunicados a todas as federações para reforçar orientação aos árbitros de que foi ampliado o conceito para marcar faltas quando a bola toca na mão ou braço do atletas, mas ressaltou que nunca existiu a regra de que "toda bola na mão é falta".

Para o chefe de arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa da Silva, há um "desencontro de informações".

"Com tudo o que saiu [na mídia], o árbitro vai para campo com uma pressão total, absurda. Virou uma torre de babel. Nunca dissemos que toda bola na mão é falta, e sim que foi ampliado o conceito. Isso confunde a cabeça do jogador e do árbitro", disse à Folha.

A confusão existe também devido à divergência de informações entre Fifa e CBF. Na quarta (24), o chefe de arbitragem da entidade que comanda o futebol, o suíço Massimo Busacca, disse que não havia novas orientações sobre mão na bola e que continua valendo a interpretação do árbitro se houve ou não a intenção de tocá-la.

A CBF reagiu e informou que as novas orientações, como a que diz que o "braço ao léu", mesmo que naturalmente, é preciso marcar infração foram feitas pelo instrutor da Fifa Jorge Larrionda, em curso ministrado de 25 de agosto a 2 de setembro.

O receio da CBF é que a confusão leve ao aumento das marcações de faltas e pênaltis nesses casos. O fato é que o número já subiu desde o curso de Larrionda.

De 11 pênaltis marcados com toque na mão ou braço na Série A deste ano, nove aconteceram depois de iniciado o curso ministrado por Larrionda em Teresópolis.

"O árbitro tem mais elementos para marcar a infração em casos de bola na mão, por isso o aumento nessas marcações de penais", disse Corrêa, que admite que em alguns casos os árbitros não deveriam ter dado o pênalti.

TROCA DE E-MAILS

Nesta quinta (25), Corrêa trocou e-mails com Busacca e com Larrionda. "A Fifa achava, com base no que foi perguntado ao Busacca, que a CBF orientou os árbitros a marcar pênalti em todos os lances que a bola bater na mão. E não foi isso o que fizemos", disse Corrêa.

Na resposta de Busacca por e-mail, segundo Corrêa, o suíço diz que respondeu a uma pergunta genérica sobre bola na mão. No fim da mensagem, pede que as dúvidas sejam equacionadas com os instrutores Oscar Ruiz e, justamente, Jorge Larrionda.

Corrêa também explicou ao uruguaio que não disse que ele orientou que se marcasse falta em toda bola na mão. O dirigente afirmou que o instrutor ressaltou que as explicações sobre ampliação de conceito estão válidas.

O imbróglio, evidentemente, preocupa os atletas.

"Nós jogadores não sabemos direito qual é o critério da arbitragem. A bola bate na mão e às vezes dá pênalti e às vezes não dá. A arbitragem deveria definir o que é pênalti ou não", disse o volante corintiano Bruno Henrique.


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