Folha de S.Paulo

Flu pode ser campeão, e São Paulo garantir Libertadores já no domingo

São Paulo 1
Luis Fabiano, aos 5min do 2º tempo
Fluminense 1
Fred, aos 23min do 2º tempo

DE SÃO PAULO

O empate entre São Paulo e Fluminense, ontem, no Morumbi, serviu aos dois clubes.

O time da casa chegou a 59 pontos e, com os tropeços de Inter, Botafogo e Vasco, está praticamente garantido na Libertadores do ano que vem.

A distância entre o São Paulo e o Inter e o Botafogo é de oito pontos. Se vencer o Grêmio no domingo e os rivais não ganharem, os paulistas confirmam sua vaga.

Já o Fluminense foi a 73 pontos e pode ser campeão brasileiro no fim de semana.

O Atlético-MG, seu principal perseguidor, perdeu para o Coritiba e ficou a nove pontos de distância. Se o Fluminense vencer o Palmeiras e os mineiros tropeçarem, o campeão se define domingo.

O Morumbi quase lotou (54 mil no total, maior público do torneio) para ver o duelo entre os artilheiros do torneio -Fred e Luis Fabiano.

Os dois marcaram, mas coube a dois zagueiros a tarefa de facilitar a vida deles.

Primeiro foi Gum, camisa 3 do Fluminense. Tinha a bola dominada, tranquilamente, e tentou dar um passe para o goleiro Diego Cavalieri.

A bola ficou no meio do caminho, e Luis Fabiano aproveitou a chance para driblar o goleiro e abrir o placar.

Menos de 20 minutos depois, o são-paulino Rafael Tolói igualou o feito do rival.

Tinha a bola dominada perto da linha de fundo, mas se deixou desarmar por Samuel, que invadiu a área e rolou para Fred empatar: 1 a 1.

"Errei, tenho que assumir o erro", afirmou Tolói. Gum deu declaração parecida. "Não vou baixar a cabeça."

O técnico do Fluminense, Abel Braga, absolveu tanto Gum como Tolói. "Os dois fazem um campeonato ótimo, com mais acertos do que erros. As falhas ficam parecendo maiores porque saiu o gol." Nenhum dos dois zagueiros jogava mal até errar.

Com o gol de ontem, Luis Fabiano chegou a 16 no Brasileiro. Continua atrás de Fred, que agora soma 17.

O São Paulo não conseguiu se impor ao Fluminense como o técnico Ney Franco esperava antes do jogo. O time da casa teve 11 finalizações, contra dez dos visitantes.

Os cariocas tiveram mais posse de bola do que costumam em partidas fora de casa. Diego Cavalieri fez duas boas defesas, mas foi menos exigido do que o habitual.

Os dois gols saíram no segundo tempo. Até então o jogo era corrido, mas sem grandes chances dos dois lados.

No papel, os dois times estavam escalados com três atacantes. Na prática, o esforço de vários deles para ajudar na marcação comprometia a mobilidade dos dois ataques. Rafael Sóbis e Wellington Nem de um lado, Lucas e Osvaldo do outro, ficavam longe de seus respectivos centroavantes, Fred e Luis Fabiano.

"Foi um jogo de muita marcação", disse o são-paulino Lucas, de atuação discreta.

Depois do segundo gol, no meio da etapa final, o ritmo do jogo caiu, e as dias equipes passaram a trocar passes e a cuidar do ponto conquistado. (MARTÍN FERNANDEZ)