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Agora na seleção, 'Cristiano' Osvaldo preferia ser 'Messi'

Atacante, convocado inédito, vê argentino como ideal de comportamento

RAFAEL REIS DE SÃO PAULO

Cristiano Osvaldo chegou à seleção. Mas, se dependesse da vontade do novo xodó do São Paulo, o jogador que lhe daria apelido seria outro.

O atacante, convocado ontem pela primeira vez para equipe nacional, para os amistosos contra Itália e Rússia, nos dias 21 e 25 de março, prefere Lionel Messi ao português do Real Madrid com quem a torcida são-paulina gosta tanto de compará-lo.

Autor de cinco gols na temporada, três deles na Libertadores, a mais nobre das competições que o time disputa, o atacante Osvaldo, 25, tem o craque do Barcelona como modelo a ser seguido.

Dentro de campo, sim, mas principalmente fora dele.

Assim como o argentino, o são-paulino não se destaca pelo porte físico (tem apenas 1,70 m) nem pela beleza. Também mantém uma relação amorosa desde a adolescência, é avesso ao marketing e à badalação noturna.

Sua ideia de noite bem aproveitada é simples demais para quem já começou a preencher o vazio deixado nos são-paulinos pela saída de Lucas, justamente o jogador cujo corte, devido a uma contusão no tornozelo sofrida atuando pelo Paris Saint-Germain, abriu as portas para sua primeira convocação.

"Às 22h, você já me pega em casa. Não gostamos da noite, seguimos uma linha muito correta. Assistimos à novela, depois fazemos uma horinha jogando videogame e depois dormimos", conta.

Osvaldo sempre fala no plural porque gasta boa parte do tempo livre com Gleiciane, sua namorada há seis anos e mulher há três.

Na verdade, o casal não se desgruda nem quando o atacante está na concentração. É por meio da tela dos computadores, jogando Call of Duty, um jogo de tiro, que eles namoram à distância.

O relacionamento começou quando o atacante estava nas categorias de base do Fortaleza. Duas semanas depois do início do namoro, ele foi emprestado ao River, do Piauí. Já com sua mulher, mudou-se para os Emirados Árabes Unidos, passou por Portugal, voltou ao Ceará e, desde 2012, vive em São Paulo.

"A gente sabe que depois que você está lá em cima aparece muita gente que te cerca por interesse. Com ela, posso dizer que não foi assim."

Depois de receber a inédita convocação, Osvaldo sonha mesmo é com a realização pessoal. "Ser pai. Espero que consiga ainda neste ano."

Na infância, o são-paulino passava meses sem ver seu Osvaldo, que trabalhava como caminhoneiro. Quem cuidava do garoto, que trocava os livros pela bola sempre que tinha uma chance, e de seus dois irmãos mais velhos era Iracilda, sua mãe, já morta.

"A gente nunca passou necessidade. Crescemos num bairro bom de Fortaleza. Minha tia tinha uma condição boa, trabalhava no banco. Então ela comprou um apartamento melhor e fomos morar na casa antiga que ela tinha."

O sucesso com a camisa do São Paulo não tirou o ar de simplicidade de Osvaldo.

Andando pelo CT da Barra Funda, ele se destaca pelo visual discreto. Nada de roupas de rapper, camisetas brilhantes, brincos, tatuagens ou outro tipo de acessório.

Osvaldo veste apenas camisas discretas, bermudas e chinelos, visual dos tempos em que era um garoto no Ceará, como define. No máximo, coloca um pouco de gel no cabelo e passa perfume.

A timidez é uma marca do atacante de voz baixa. Coisa de quem nunca fez uma campanha de marketing na TV e só posou para fotos publicitárias ao lado dos parceiros do Braga, em Portugal.

Fazer propagandas vestindo apenas cueca, como Cristiano Ronaldo, o mesmo do seu apelido, nascido no Twitter e transportado para os estádios no fim do ano passado, nem pensar. "Quem sabe se estiver com uma camisetinha. Não sou forte para ficar mostrando o corpo", afirma, um tanto quanto sem graça.

"Eu gosto mesmo é do Messi, até pelo jeito de ser", diz Cristiano Osvaldo, ou melhor dizendo, Lionel Osvaldo.


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