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Cafuné

Fado do Bigode

CLARICE REICHSTUL COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Neste mundo, quem tem orelha e língua é rei: escutando um pouco aqui, papeando acolá, você acaba descobrindo coisas de que até o diabo duvida.

A última foi sobre o Fado do Bigode. Cada vez que um gato perde ou quebra um bigode nesse mundão de Deus, ele aparece (como uma fada do dente; mas "fado", porque ele é menino).

Esse gato imaginário entrega um carinho para o bichano que perdeu sua dignidade bigodal. É um agrado numa hora ruim, como se fosse um petisco.

Imagino que o Fado do Bigode seja um gato bem gordão, que veste uma saia escocesa xadrez, usa uma camisa bufante e tem um cinto cheio de enfeites. Apesar de parecer uma senhora aposentada, esse bicho mágico transmite segurança em suas patas adornadas de pulseiras e anéis.

Enxergamos nos seus excessos uma bondade infinita, felina, malandra. Mas, como todo gato, ele também tem suas questões. Há dias em que acorda azedo. Em outros, é só amor.

O Fado do Bigode vem para o gatinho desbigodado numa nuvem cor-de-rosa cheia de purpurina. Ele tem um apurado senso de show, sabe que metade da sua eficácia é a performance.

Recolhe as garras e aperta suas almofadinhas da pata no focinho do outro gato, um carinho-afofada. O bichano que acabou perdendo os bigodes sai feliz e contente, sarado das mágoas.

Mais uma vez o Fado do Bigode cumpriu seu dever e salvou o dia na misteriosa Gatolândia.


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