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Estudo mostra baixa presença de turistas
DO ENVIADO A CURITIBAEmbora maduro, o Festival de Curitiba ainda não consegue atrair público de outras cidades. Vendida como a maior do país em números e como "uma vitrine do teatro brasileiro", a mostra faz a festa e continua convidando apenas os amigos de bairro.
O que mostra tal restrição é um perfil de público traçado por uma pesquisa com amostra de 1.227 pessoas.
Realizado pelo Instituto de Turismo de Curitiba, órgão vinculado à prefeitura, o estudo apontou que, em 2012, 6,4% dos espectadores eram turistas, contra 84,2% de Curitiba e 9,2% representando habitantes da região metropolitana da capital.
Se analisada essa pequena parcela de turistas, verifica-se que 24,4% do grupo soube do Festival de Curitiba por trabalhar no meio teatral.
Um dos curadores da Mostra Oficial do evento, Celso Curi, assume que o festival "é pensado para a cidade de Curitiba", embora "as estreias nacionais e os trabalhos inéditos" mostrem a intenção de se aproximar com quem vive em outras regiões.
Boa parte dos espetáculos apresentados durante o evento, no entanto, pôde ou poderá ser vista em São Paulo, mesmo os internacionais. O coreano "Pansori Brecht", por exemplo, fez sessões na capital paulista dias antes de a mostra curitibana começar.
À Folha, o Instituto de Turismo de Curitiba informou que a divulgação do evento fora da cidade ainda se resume a nichos específicos, como feiras e agências de turismo.
O gasto do festival com marketing e divulgação, segundo seu diretor Leandro Knopfholz, fica em torno de 8% de seu orçamento total, que este ano atingiu mais de R$ 8 milhões.
Segundo Faith Liddell, coordenadora de uma organização responsável pela captação para os 12 festivais de cultura e arte realizados em Edimburgo, na Escócia, na época do festival europeu a população da cidade praticamente dobra de tamanho. Liddell esteve presente em Curitiba para articular futuras colaborações.