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Crítica musical

Simplicidade do teatro infantil ganha tom épico em 'O Rei Leão'

Cenografia, luz e figurinos inventivos são destaque em espetáculo de música só eficiente e de direção irregular

ALCINO LEITE NETO EDITOR DA TRÊS ESTRELAS

Apesar do horário de apresentação em dias de semana (21h), o musical "O Rei Leão" é destinado especialmente às crianças, mais que aos adultos -ainda que, na última quinta-feira, estes formassem maioria no teatro (mas deixemos o tema da infantilização galopante dos marmanjos para os psicólogos sociais).

A fábula é a mesma do desenho animado homônimo da Disney: um leãozinho enfrenta as agruras do amadurecimento até encontrar seu lugar no mundo como leão adulto.

Soma-se a isso um drama minishakesperiano sobre o poder, a progenitura e a traição: a fim de se apossar do trono, o tio traiçoeiro -um solteirão dândi, mancomunado com as hienas- inculpa o leãozinho da morte de seu próprio pai, o rei.

O tom geral é, decerto, edificante: o bem triunfa junto com a verdade (e o amor). Mas é também nostalgicamente patriarcal. Na África genérica da fábula, a questão é encontrar os meios de devolver o poder ao macho mantenedor da paz e da abundância.

O espetáculo começa com uma cena feérica e encantadora, em que são apresentados todos os animais, criados com impressionantes recursos de figurinos e malabarismos: elefantes, girafas, antílopes etc.

Embora pouco memorável, a música (de Elton John/Tim Rice, com versões de Gilberto Gil) conduz com eficiência a peça. A direção é irregular (sobretudo no segundo ato) e parte dos atores ainda trafega no amadorismo.

Entretanto, há incríveis invenções e delicadezas da parte da cenografia, dos figurinos e da iluminação -uma girafa feita com pernas de pau, cataratas perigosas construídas com tecidos...

É isso o que tanto fascina os espectadores. E não é nada mais que a antiga magia do teatro infantil, aqui em escala de superprodução.


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