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Studio SP, que revelou novos artistas, fecha

Com encerramento das atividades da casa noturna, cidade perde espaço de médio porte para cena musical

Para Alê Youssef, dono do estabelecimento, especulação imobiliária na rua Augusta levou ao fim do estabelecimento

DE SÃO PAULO

O anúncio feito anteontem pelos sócios do Studio SP de que a casa irá encerrar suas atividades no fim deste mês levantou um debate sobre o mercado de shows para estabelecimentos de pequeno e médio porte na cena paulistana e sobre a reconfiguração da região do Baixo Augusta.

O principal motivo apontado pelos donos para o fechamento da casa é a especulação imobiliária, com o surgimento de edifícios comerciais e residenciais na região.

Para Alê Youssef, um dos sócios do estabelecimento, há também razões pessoais para o fim do Studio SP.

"Administrar uma casa como o Studio, cuja programação varia de um dia para o outro e você tem de estar sempre em busca de artistas de qualidade, é cansativo. Mas fechamos com alta frequência, as noites de terça, do Fora do Eixo, levavam em média 300 pessoas à casa."

O empresário diz que tocará outros projetos: será consultor de conteúdo do "Esquenta", da Globo, e também desenvolve o piloto de um programa de TV sobre política, cultura, tecnologia e outros assuntos, sobre o qual não pode revelar detalhes.

Desde sua abertura, o Studio SP remunerava os artistas, na maioria dos casos, com a renda de bilheteria.

Alguns artistas, que preferiram não se identificar, reclamavam de cachês baixos e de que chegavam até a pagar para se apresentar lá.

Outros, como Tulipa Ruiz e Criolo, se apresentaram na casa no início, mas depois ficaram "grandes demais" para as condições do Studio SP.

"A casa sempre funcionou no esquema de bilheteria. E que bom que esses artistas chegaram em outro patamar. Para a gente, é emocionante", diz Youssef.

"É preciso ter uma noção de cadeia dessa microeconomia. Existem casas de pequeno porte, como Casa de Francisca, Casa do Mancha, que cumprem um papel muito importante. Depois, você tem o Studio SP e as casas maiores", completa.

Para o compositor Romulo Fróes, que se apresentou na casa diversas vezes e que fazia a curadoria do Novo Cedo e Sentado --projeto criado para revelar novos artistas--, existe uma reestruturação do cenário das casas de show.

"Existe uma mudança acontecendo. Você tem casas menores, como Casa de Francisca, o Mancha, a Serralheria, que formam público e são lugares onde você pode experimentar seus projetos. O Studio já tinha ficado grandinho demais para isso", diz Fróes.

"O mercado de casas de shows na cidade está capenga, ainda é muito frágil. A gente ainda é muito dependente do Sesc", completa.


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