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Coleção Tom Jobim traz trilha da série "O Tempo e o Vento"

Disco de 1985 foi composto para adaptação à TV de parte de trilogia de Erico Verissimo

Temas como "Passarim" são primeiros registros da colaboração do músico com Banda Nova e Jacques Morelenbaum

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O volume sete da Coleção Folha Tributo a Tom Jobim, que chega às bancas neste domingo, dia 19, talvez seja o mais gaúcho dos álbuns do músico carioca.

"O Tempo e o Vento", de 1985, foi composto para a minissérie televisiva homônima --uma adaptação da Globo para a primeira parte da trilogia do escritor Erico Verissimo sobre a formação do Estado do Rio Grande do Sul.

Colaborações de Jobim com a ficção não eram novidade. À época, ele havia acabado de fazer as trilhas dos filmes "Gabriela" (1983), de Bruno Barreto, e "Para Viver um Grande Amor" (1984), de Miguel Faria Jr.

Outra canção sua, "Luiza", havia feito muito sucesso na abertura da novela "Brilhante" (1981), de Gilberto Braga.

Já na largada, os nomes das canções do disco "O Tempo e o Vento" --"Rodrigo Meu Capitão", "Senhora Dona Bibiana" e "Um Certo Rodrigo"-- remetem a membros das famílias Terra e Cambará que, na obra de Verissimo, participaram ativamente da construção da história do Rio Grande do Sul.

Foi ali, inclusive, que nasceu o diplomata, jornalista e poeta Jorge de Oliveira Jobim (1889-1935), pai de Tom e amigo de Erico Verissimo. O disco não deixa de ter um tom de homenagem e resgate de história familiar.

Do ponto de vista musical, o disco representa uma viagem pelos pampas, com letras que misturam os idiomas português e espanhol, toques de acordeão e temperos de milonga e vanerão.

As letras de Jobim, Ronaldo Bastos e Sadi Cardoso são interpretadas, por vezes, com sotaque regional. As vozes são as de Tom, Zé Renato, Kleiton e Kledir e Conjunto Farroupilha --o grupo canta a folclórica "Boi Barroso".

PASSARIM

O carro-chefe do álbum é "Passarim", um dos vários temas de Jobim sobre a fauna e flora, enriquecido pela incorporação de parte de uma cantiga popular na letra.

"E o mato, que é bom, o fogo queimou/ Cadê o fogo? A água apagou/ E cadê a água? O boi bebeu/ Cadê o amor? O gato comeu", canta a música.

O disco traz as primeiras gravações de Jobim com a Banda Nova, além dos primeiros arranjos feitos para ele por Jacques Morelenbaum, que se tornaria outro colaborador habitual. No LP de 1985, os arranjos são divididos com Dori Caymmi e Paulo Jobim --que ganha perfil no livro da Coleção.

Foi também a estreia de Jobim em letras com Ronaldo Bastos, conhecido por trabalhar com Milton Nascimento, no Clube da Esquina.


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