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Record pega carona na estreia da rival com trama "pocket"

Remake de "Dona Xepa" (1977), que terá metade da duração habitual de novelas e apenas 31 personagens, vai ao ar a partir de terça

DE SÃO PAULO

No dia seguinte à estreia de "Amor à Vida", a Record levará ao ar o primeiro capítulo de "Dona Xepa", que terá apenas 96 no total.

É uma duração aproximadamente 50% menor do que o habitual para novelas (em torno dos 180 capítulos).

Além de mais curta, a história da feirante batalhadora que foi sucesso na Globo em 1977 será contada com menos personagens --31, num formato em que o mínimo costuma ser de 50.

"É uma novela enxuta, temos 31 atores e todos com tramas e acontecimentos", diz o diretor-geral, Ivan Zettel.

O enxugamento da novela coincide com o momento em que a Record adotou uma política de corte de custos que envolve a dispensa de funcionários e o plano de terceirizar boa parte de sua produção, incluindo a de dramaturgia.

Responsável pela adaptação do texto de "Dona Xepa" --originalmente uma peça teatral de Pedro Bloch, cujos direitos a Record adquiriu--, Gustavo Reiz evita comentar as razões da desidratação do tamanho do folhetim.

Mas ressalta o que seriam as vantagens de uma "novela curta", como ele a classifica. "Todos os personagens têm seu momento de destaque e é possível desenvolver bem as suas histórias."

MELODRAMA

O tom dominante de "Dona Xepa", segundo o novelista, é o do melodrama. O ponto central da história é a relação de Xepa com seus filhos, para quem ela tenta garantir oportunidades melhores do que as que teve para si.

"Sempre que se fala nesses laços entre pais e filhos, o tom se torna melodramático", diz Reiz. "Mas também há um traço muito forte de comédia." O riso e o bom humor, diz o novelista, são traços característicos de Xepa, "personagem símbolo do trabalhador brasileiro, que tem todas as dificuldades na vida e as enfrenta com otimismo".

A atriz Angela Leal, intérprete da personagem-título, participou da versão global de 1977, no papel de Regina, vizinha de Xepa, então vivida por Yara Cortes.

"Angela foi escalada pela grande atriz que é. Espero que a gente consiga fazer com que os telespectadores reconheçam em Xepa a força e a beleza da mulher humilde brasileira, nossas guerreiras do dia a dia", afirma Zettel.

Leal se refere a Cortes como um "exemplo de profissionalismo", mas diz que sua Xepa será necessariamente diferente, porque "os tempos são outros, as mulheres têm outro posicionamento".

E não só por isso: "Vou fazer a minha dona Xepa, com a minha experiência de vida, com a minha sensibilidade, com o meu amor. Se eu fosse fazer alguma coisa pensando na sombra ou no espelho de outro, eu não seria atriz, seria uma celebridade procurando sucesso", afirma ela.

A previsão original de estreia de "Dona Xepa" era abril passado. Após atrasos no cronograma de gravações devidos a problemas técnicos, a Record optou por fazer coincidir o início de sua novela com o da Globo.

Segundo a Folha apurou, a aposta é que a simultaneidade de estreias possa ofuscar ao menos um pouco dos holofotes dirigidos à emissora rival. A Record não quis comentar esse aspecto.


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