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Polêmica é revivida por Criolo e BNegão

DE SÃO PAULO

A polêmica musical entre Wilson Baptista e Noel Rosa reverbera até os dias de hoje. Prova disso é que o embate foi revivido por Criolo e BNegão, em gravação feita para o Museu da Imagem e do Som (MIS) do Rio.

"A ideia foi fazer uma brincadeira entre o branco suburbano, que era o Noel, com o cara da favela, que era o Wilson", conta Daniela Thomas, diretora do projeto.

A briga entre os sambistas é considerada uma das primeiras da música brasileira, mas o modelo de "provocação e resposta em forma de música" já encontrava registros anteriores.

No fim dos anos 1910, Pixinguinha e Sinhô protagonizaram bate-boca musical.

Exemplo das provocações era "Já te Digo", de Pixinguinha, em que ele dizia sobre o "rival": "Ele é um cabra muito feio/ Que fala sem receio/ E sem medo do perigo/ [...]/ Ele é alto, magro e feio/ É desdentado/ Ele fala do mundo inteiro/ E já está avacalhado/ No Rio de Janeiro".

"Não dá para falar muito em pioneirismo, isso de provocar com música já vinha dos ranchos e dos blocos carnavalescos. A avó do Wilson tinha um rancho em Campos (RJ), ele teve contato com essa cultura", diz Alzuguir.

Para o compositor e pesquisador Nei Lopes, a polêmica também rendeu visibilidade a Wilson.

"Talvez tenha até dado a ele a oportunidade de registrar em disco uma das maiores obras autorais do universo da música brasileira. Se pouca gente conhece, a culpa é dessa pop-rockização' boboca que tomou conta da nossa cultura", diz Nei Lopes.

"O Mirabeau Pinheiro quis responder ao Pois É', do Ataulfo Alves, e recebeu uma tréplica que foi um sacode'. Nos anos 1950, eram comuns esses sambas de resposta'", completa o sambista.

Cristina Buarque, que gravou disco com temas de Wilson, afirma que a obra foi ofuscada pela rusga.

"Coloco o Wilson no primeiro time de sambistas. Ele ficou conhecido pela polêmica, como se fosse um Fla-Flu, mocinho e bandido, mas isso não é o mais importante", diz a cantora.


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