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Coleção lança luz sobre Lasar Segall e seus tipos à margem

Artista retratou com maestria negros, prostitutas e imigrantes e foi grande incentivador da arte moderna

A escritora e crítica de arte Veronica Stigger assina volume dedicado ao pintor, que vai às bancas neste domingo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Lasar Segall não nasceu em São Paulo, cidade onde viveu por quase três décadas e que hoje abriga um museu com o seu nome. Apesar disso, optou por ser cidadão brasileiro.

Segall, um dos mais importantes artistas estrangeiros a atuar no Brasil, está no sexto volume da Coleção Folha Grandes Pintores Brasileiros, que chega às bancas e livrarias neste domingo.

Nascido em Vilna, capital da Lituânia, em 21 de julho de 1891, Segall mudou-se para a Alemanha ainda adolescente. Estudou por anos em Berlim e Dresden, cidades em que teve contato com os pintores Wassily Kandinsky, Otto Dix, Conrad Felixmüller e George Grosz.

Seu primeiro contato com o Brasil foi passageiro: entre o final de 1912 e meados de 1913, viveu aqui por oito meses e fez exposições em São Paulo e Campinas. Em 1923, voltou a viver no país. Dois anos mais tarde, casou-se com Jenny Klabin. Em 1927, o artista naturalizou-se brasileiro.

O livro da Coleção Folha, escrito pela autora e crítica de arte Veronica Stigger, destaca fatos importantes da vida e da carreira do artista.

Mais que isso, apresenta e analisa 28 de suas obras mais relevantes. Duas delas -- "Interior de Pobres II" e "Navio de Emigrantes"-- ganham um olhar mais detido.

Desde o começo da carreira, a condição de judeu e emigrante deu o tom à obra de Segall e fez com que predominassem figuras à margem da sociedade.

Algumas das obras analisadas no livro retratam personagens desse tipo, como "Eternos Caminhantes", "Mendigo", "Interior de Pobres II" e "Mulheres Errantes II".

Segall esteve em contato com os artistas que haviam organizado a Semana de Arte Moderna de 1922. Dividia com eles o interesse pela representação de tipos e aspectos da cultura brasileira.

Desse deslumbramento inicial com a paleta natural de cores do Brasil resultam algumas telas bastante luminosas, tais como "Bananal" e "Menino com Lagartixas".

Apesar das cores, o olhar de Segall continuou preso aos tipos marginais: o negro, o imigrante, a prostituta. "Mulata com Criança", "Casa do Mangue" e "Rua de Erradias I" --todas analisadas no volume-- atestam essa preferência.


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