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Fox investe nos 'hábitos da classe C' para crescer no país

Diretor-geral do canal no Brasil afirma que a empresa 'via que o público que estava chegando era diferente'

Dublagem de atrações, mais programas feitos no país e investimento em esporte fizeram parte da estratégia

NELSON DE SÁ DE SÃO PAULO

Objeto do desejo de quase todo produtor de conteúdo nos últimos dois anos, a classe C encontrou abrigo, em parte, nos canais da Fox.

A maior receita da programadora, os recursos que recebe de operadoras como Net e Sky pela transmissão dos canais, cresceu 55% no ano fiscal que termina neste mês.

"A gente via que o público que estava chegando [à TV paga], de classe C, tinha hábitos diferentes", descreve o diretor-geral, Gustavo Leme. "E a gente tinha que perseguir esses hábitos."

A Fox partiu para dublar todos os canais, acelerou produções nacionais e contratou um vice de programação que vinha da TV aberta mais popular, ex-Record e SBT. Também lançou seu canal de esportes, concentrado em futebol e com programador também saído da TV aberta.

Mas o salto de 55% na receita com "eyeballs", globos oculares, como Leme descreve o faturamento junto a assinantes das operadoras, não se refletiu em anúncios, que cresceram 28%. Com o percentual menor de publicidade, a média do aumento da receita da Fox foi de 49%.

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Folha - O que significou este último ano para a Fox?
Gustavo Leme - Muita mudança. Chegou um momento em que a gente falou, "Olha, a Fox precisa se estruturar de maneira mais sólida no Brasil". Foi há praticamente dois anos. E coincidiu com a Fox comprando a parte da Hicks Muse no Fox Sports. Com o controle de todo o canal, a gente lançou no Brasil.
Nesse período, final de 2011, início de 2012, a gente estava num escritório que era um terço deste e decidiu que iria fazer toda a programação dos canais. Contratamos Paulo Franco, que vem de SBT, Record. A gente via que, com o crescimento da TV por assinatura, o público que estava chegando, de classe C, tinha hábitos diferentes. E a gente tinha que perseguir esses hábitos. Uma decisão foi trazer essa cultura.

Um pouco de TV aberta.
Com o Paulo, a partir da metade do ano passado a gente conseguiu com os canais de entretenimento --a Fox, o FX, o National Geographic, o Bem Simples, o Fox Life-- um crescimento muito grande em audiência. O Fox hoje é o primeiro entre todos os canais de TV por assinatura. O NatGeo é o primeiro em termos de documentários, passou o concorrente. O FX estava lá em 25º e agora está ranqueando entre os dez principais. Foi essa aposta de TV aberta, de investir na dublagem.

Que virou uma política ampla.
Para todos os canais. E a gente passou a produzir muito mais no Brasil. Os conteúdos do Bem Simples, por exemplo, eram todos feitos na Argentina, em português.
"Homens Gourmet", Palmirinha, a Carla Pernambuco com "Brasil no Prato". E a gente está agora em parceria com a Casablanca para produzir a nova temporada.

Em São Paulo?
O estúdio é na Vila Mariana. A produção é terceirizada, porque esse é o objetivo da lei [12.485, de 2012], incentivar a produção independente nacional. A gente contratou a Casablanca também para o Fox Sports. E, para a programação, o Edu Zerbini, também um cara de TV aberta.

Um ano atrás, você previa um crescimento de faturamento neste ano fiscal que termina em junho. Ele aconteceu?
Aconteceu. Posso dar o número percentual. Comparado com o ano fiscal de 2012, que terminou em junho do ano passado, o de 2013 cresceu 49%, como total do faturamento. A gente teve aumento até da receita de publicidade, porque tem um pacote mais consistente, com entretenimento, esporte, "life style".

O vice da Turner reclamou que no Brasil a TV paga cresce em penetração, mas a publicidade não acompanha.
No caso da Fox, além do aumento na base de assinantes, tivemos aumento de audiência. Isso se reflete num número muito maior de telespectadores, só que a gente não consegue refletir isso no valor da publicidade.
Você vai no anunciante num dado ano e vende um pacote por R$ 1 milhão; no ano seguinte, você teve aumento de base, você aumentou em 50% o número de "eyeballs", de pessoas que estão assistindo, e não consegue repassar para o cara de uma vez.

Por que há essa lentidão?
Porque as verbas já estão em grande parte comprometidas com algumas estratégias. O cara, para tirar dinheiro de TV aberta e passar para TV por assinatura, é difícil.
Tem as bonificações de volume [recursos destinados pelos veículos às agências, para direcionar anunciantes]. Mas aí, no ano seguinte, você já consegue um pedaço maior e vai andando.

Além da publicidade, a receita vem das assinaturas?
É o quanto a gente cobra das operadoras, Net, Sky, Vivo, Claro. É o "fee", o valor que a gente cobra por assinante, por cada canal. O aumento foi muito grande, 55%. Foi o que mais carregou.


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