Folha de S.Paulo

Série política de sucesso estreia no Brasil

GISLAINE GUTIERRE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nos EUA, nenhum drama exibido na faixa das 22h tem tanta audiência quanto "Scandal". Em qualquer noite ou emissora, a movimentada trama política, centrada em uma ex-consultora de mídia da Casa Branca que agora vive de gerenciar crises utilizando métodos nada ortodoxos, é a preferida dos espectadores.

Com audiência de 8,3 milhões de espectadores na segunda temporada --média que a faz superar "Game of Thrones" (4,4 milhões) e "Mad Men" (3,4 milhões)-- a série chega agora ao Brasil pelo canal Sony. A pré-estreia ocorre hoje, às 22h, e a estreia amanhã, no mesmo horário.

A série é de Shonda Rhimes, autora e produtora que, com tramas cheias de reviravoltas e suspense, vem se tornando uma espécie de Midas da TV dos EUA. Suas temporadas costumam terminar com bombas, suspeitas de mortes e um mistério a ser desvendado na continuação. São dela "Grey's Anatomy", no ar desde 2005, e "Private Pratice", que durou seis anos (2007-2013).

Ao "New York Times", Channing Dungey, chefe do departamento de séries dramáticas da ABC, disse o quanto Rhimes é importante: "Se ela aparecesse aqui amanhã dizendo que tem uma grande ideia, aceitaria sem pensar."

Rhimes controla seus trabalhos. Na produtora Shondaland, gerencia cerca de 550 funcionários. De sua casa e do escritório, vê, em tempo real, edições de vídeo feitas em seu trabalho. Rhimes verifica até o tom da fala dos atores.

O capítulo de estreia de "Scandal" dá pistas do que ela faz para prender o espectador: há um jogo ágil de câmeras, passagens aceleradas e, no escritório da protagonista Olivia Pope, os casos surgem um atrás do outro, sem descanso.

Vivida por Kerry Washington, Pope é o símbolo do sonho americano, mas sofre com o caso de amor mal resolvido com o presidente do país.

Pope é forte, intuitiva e não aceita "não" que ameace seu caminho. Nesse sentido, talvez a semelhança com Rhimes não seja mera coincidência.