Folha de S.Paulo

Coleção Folha traz cores superlativas de Beatriz Milhazes

"O meu principal interesse sempre foi a organização cromática, porém reconheço hoje que o movimento cromático não vem das leis' de cor ou do universo plástico e geral e sim dos ornamentos e dos assuntos da vida."

Beatriz Milhazes fala assim de sua obra, construída a partir de um repertório diversificado, que abrange a arte erudita, a cultura de massa, a cultura popular e sua relação com a natureza tropical.

O universo da artista está no décimo volume da Coleção Folha Grandes Pintores Brasileiros, que vai às bancas no próximo domingo, dia 14.

Nascida no Rio em 1960, Beatriz é um dos grandes nomes da arte contemporânea brasileira. Suas obras fazem parte do acervo de grandes instituições aqui e no exterior, além de alcançarem preços recordes em leilões.

Em novembro do ano passado, "Meu Limão" (2000) foi arrematada em um leilão em Nova York por US$ 2,1 milhões, até hoje o maior valor pago por obra de um artista brasileiro vivo.

Cinco anos antes, ela já rompera a barreira de um milhão de dólares com a obra "O Mágico" (2001), vendida por US$ 1,049 milhão. Esta e outras 27 são analisadas no livro da coleção, escrito por Caru Duprat, professora da Faap.

Entre as selecionadas, estão "O Elefante Azul" (2002), "Avenida Brasil" (2003-2004), "Tempo de Verão" --cenário em técnica mista feito em 2004 para a companhia de dança de Márcia Milhazes, irmã da artista-- e "Férias de Verão" (2005).

O tomo cuida ainda da trajetória de Beatriz, parte da chamada Geração 80, de artistas surgidos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, como Daniel Senise (vol. 22), Adriana Varejão (vol. 5), Cristina Canale e Chico Cunha.