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Crítica

Com 'Batuk Freak', cantora avança e deixa de ser aposta

RODRIGO LEVINO EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

A curiosidade pelo disco de estreia de Karol Conká foi bem alimentada desde 2010, quando músicas como "Boa Festa" e "Me Garanto" começaram a aparecer na internet.

Os clipes de "Boa Noite", "Gandaia" e "Corre, Corre Erê", de admirável capricho visual e publicados a partir de 2011, já serviam de aperitivo. Juntos, somaram mais de 1,5 milhão de visualizações no YouTube.

Noutra ponta, estava ela no palco, evoluindo, se firmando e aprendendo a dominar a plateia --afiando o talento para não se perder no hype. Pois "Batuk Freak" cumpre a expectativa e dá um passinho para a frente, tirando a cantora da casa das apostas.

Diga-se, é desnecessário relacioná-la a artistas gringos para melhor definir o seu som. Afinal de contas, dos beats do produtor Nave [o catarinense Vinicius Moreira, que já trabalhou com Marcelo D2 e Kamau], alicerçados em cantos e batuques afrobrasileiros, sobressai muito mais a voz autoral de Karol do que influências de M.I.A. ou Nick Minaj.

As 12 músicas do repertório são quase todas festeiras ["Gandaia" continua um hit e tanto], mas não excluem a politização típica do gênero.

Há um recado importante quando ela canta, em "Gueto ao Luxo", que "eu gosto de luxo/ nasci no gueto/ de dia, tomar sol na laje/ à noite numa cobertura": a ascensão é ampla, geral e irrestrita.

Num disco movido a batuque frenético, como anuncia o título, as faixas mais lentas servem quase de intertítulo entre uma pedrada e outra. Nesse naipe estão "Que Delícia", baita balada sexy, e "Você Não Vai". Tem ainda o rap-reggae "Sandália", com o paulistano Rincon Sapiência.

É admirável ver e ouvir como a cantora se move bem catalisando influências da música negra, seja ela dos atabaques, do soul, do R&B, do funk carioca e mesmo do samba, que ganha ares futuristas com a regravação de "Caxambu", sucesso de 1986 de Almir Guineto.


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