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Às vésperas da Copa, editoras apostam em futebol na Bienal

Evento no Rio dará atenção inédita ao esporte com o Placar Literário, que terá 14 eventos em espaço de 11 dias

Títulos relacionados ao esporte, sobretudo memórias e biografias, ganham destaque com proximidade do Mundial

ADRIANO BARCELOS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

A 16ª Bienal do Livro do Rio, que ocorre até 8 de setembro na capital fluminense, dará espaço inédito ao futebol. Serão 14 eventos dedicados ao esporte em 11 dias, dentro do programa Placar Literário, que tem a curadoria do jornalista esportivo João Máximo.

"A Bienal praticamente nos obrigou a pôr duas mesas, de início", diz Máximo. "A memória do futebol parece muito explorada no Brasil, mas ainda não é".

Apesar do crescimento do mercado dos livros de futebol no país, as obras ainda representam pouco no conjunto das editoras.

Para o varejo, alcançam 0,3% das vendas. Em 2012, as casas editoriais faturaram, ao todo, R$ 4,9 bilhões --com apenas 0,12% dos títulos ligados ao esporte.

Até o fim de 2014, o quadro pode mudar. A Panda Books, sediada em São Paulo, tem um terço de seu faturamento centrado na paixão do leitor-torcedor. Um dos sócios da empresa, o jornalista Marcelo Duarte, afirma que, até o Mundial, dez novas obras ganharão os estandes.

"Atualmente, lançam-se no Brasil 300 livros sobre futebol ao ano, quase um por dia", diz Duarte. "É a literatura aproveitando os investimentos da televisão fechada, dos patrocínios. Se o tempo e a exposição crescem, o interesse também aumenta".

Em média, um livro sobre futebol vende de 2.000 a 3.000 exemplares.

Raros são os best-sellers como "Casagrande e seus Demônios" --livro autobiográfico em que o ex-jogador e comentarista Walter Casagrande expõe os bastidores da fama e de seus problemas com as drogas--, que já ultrapassou a casa dos 20 mil exemplares vendidos.

SENSO DE OPORTUNIDADE

O Sindicato Nacional dos Editores de Livros, responsável por levar o futebol para uma posição central na Bienal do Rio, admite que os eventos esportivos no país tiveram peso. "Não se trata de oportunismo, mas sim de senso de oportunidade", diz a presidente do sindicato, Sônia Machado Jardim.

LIBERTADORES

Senso de oportunidade é o que não falta aos editores do futebol. Em 25 de julho, o Atlético Mineiro venceu a Libertadores, feito inédito em sua história. Após um mês, já havia sido lançado um livro sobre a conquista.

Aniversários de títulos importantes e centenários de grandes clubes, como Corinthians (em 2010) e Santos (em 2012), também são um bom chamariz para as vendas. Grandes craques também acabam rendendo novos livros.

O resgate histórico e as biografias predominam, mas há tentativas de introduzir o futebol na narrativa de ficção. Em "O Drible", ainda não lançado, o escritor Sérgio Rodrigues usa o esporte como elo dramático nas relações entre pai e filho.

"O futebol é mais que um pano de fundo, é um personagem", diz Rodrigues. Ele acredita que a literatura brasileira se ressente de uma abordagem mais madura do futebol em seus textos.

Questionado sobre o preconceito de parte da intelectualidade do país com o esporte, o escritor dispara: "Acho que a literatura é que não estava à altura do futebol que se jogava aqui".


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