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Capital Inicial promete hits de protesto e muito rock no Rio
DE SÃO PAULONos últimos dias, tem circulado nas redes sociais uma espécie de convocação geral de protestos para o próximo sábado, dia 7 de setembro.
Ao lado de palavras contra a corrupção, há uma foto do vocalista Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, com o rosto pintado de verde e amarelo.
"É sério isso?", pergunta ele sobre o banner e diz não fazer ideia de quem bolou o chamado nem o motivo de tê-lo escolhido.
Um pouco mais de conversa e o inusitado começa a fazer sentido.
Uma das bandas brasileiras a tocar no Rock in Rio, o Capital Inicial é das poucas de sua geração que alcançaram para valer o público nascido quando muitas de suas músicas já faziam extensa carreira.
Muito dessa empatia se deve a canções de protesto como "Fátima" e "Veraneio Vascaína", segundo a banda, cantada nos shows por um público quase sempre muito jovem e com a mesma fúria que se viu pela TV durante as manifestações recentes.
"Há um novo parâmetro de participação política sendo definido e eu achei sensacional que não tivesse líder ou fosse ligado a partidos", diz Ouro Preto, que há duas eleições vota nulo --embora não faça disso uma pregação para o seu público imberbe.
O assunto divide a banda ao ponto de quase não conseguir retomar a conversa, que passa para a discussão em torno do repertório que a banda apresentará no Rock in Rio 2013.
"Como é que você vai surpreender o público tendo tocado no mesmo festival há apenas dois anos?", pergunta Ouro Preto, resumindo o dilema na hora de escolher as 14 músicas que serão tocadas ao longo de uma hora, no dia 14 de setembro.
A solução, pensada coletivamente, foi manter 50% do set list de 2011 (onde estão os hits mais antigos) e distribuir a outra metade entre composições mais recentes, dos discos "Das Kapital" (2010) e "Saturno" (2012).
"A única coisa que podemos falar é que vai ter muito, muito rock", diz Ouro Preto, que, quando subir ao palco Mundo, já terá tido um retorno da própria imagem como chamariz de revoltas populares.