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Após polêmica, Pedro Lourenço cancela desfile de moda em Paris

Projeto havia sido autorizado a captar até R$ 2,8 milhões via instrumento de incentivo fiscal

Estilista vai mostrar coleção em formato digital; recursos da Lei Rouanet ainda podem ser usados pela marca

DE SÃO PAULO

O estilista Pedro Lourenço, 23, cancelou o desfile do verão 2014 na semana de moda em Paris, que aconteceria em 29 de setembro, para o qual estava autorizado a captar até R$ 2,8 milhões via Lei Rouanet. A lei é um mecanismo de fomento à cultura por meio de isenção tributária.

Segundo a assessoria do estilista, não houve tempo hábil de captação de recursos para o desfile.

No lugar do desfile de moda, a marca de Lourenço fará uma apresentação digital das criações, inspiradas na figura de Carmen Miranda. Ele usou o mesmo recurso para apresentar a coleção de inverno 2014 em março deste ano.

O desfile digital, marcado para 1º de outubro, será financiado "inteiramente com recursos próprios da marca", diz nota da assessoria, que informou que o estilista não falaria sobre o caso.

Pedro Lourenço tem até o dia 31 de dezembro para captar recursos para seus projetos, que incluem também um desfile na semana de moda de Paris em março de 2014.

Conforme revelado pela Folha em agosto, o estilista obteve autorização para captar recursos pela lei, apesar de seu projeto ter sido rejeitado na Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (grupo que decide quem pode se beneficiar pela Rouanet).

Na época, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, interferiu e reverteu a decisão. O caso gerou um debate sobre a validade da inclusão da moda entre setores que podem recorrer ao mecanismo.

Além de Lourenço, Alexandre Herchcovitch, 42, e Ronaldo Fraga, 46, obtiveram aprovação do governo para captar recursos por meio da lei --com projetos que não foram avaliados pela comissão.

Herchcovitch poderá captar R$ 2,6 milhões para a produção de mostras em São Paulo e em Nova York, enquanto Fraga poderá captar R$ 2 milhões para um desfile na São Paulo Fashion Week.

JUSTIFICATIVA

Para justificar a aprovação dos projetos de moda, Marta citou o "soft power", conceito que propõe o fortalecimento da imagem do país no exterior a partir de bens imateriais.

"Essa oportunidade tem como consequência o incremento das confecções e gera empregos. E é um extraordinário soft power' no imaginário de um Brasil glamouroso e atraente", declarou.

Depois da aprovação dos projetos, setores culturais reagiram contra a decisão.

Uma carta assinada por oito entidades profissionais foi enviada à ministra, contestando o precedente aberto para que "numerosos empreendimentos de mesmo perfil, incluindo os de grande porte", recebessem o incentivo fiscal.

Entre as signatárias, estavam a Associação de Produtores Teatrais Independentes, o Conselho Brasileiro de Entidades Culturais e o Sindicato Nacional dos Artistas Plásticos.


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