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Familiares barram biografia de Leminski

Quarta edição de livro publicado em 2001 foi contestada por Alice Ruiz, viúva do poeta, e as filhas Aurea e Estrela

Biógrafo de 'O Bandido que Sabia Latim', Toninho Vaz diz que vai entrar na Justiça para questionar proibição

JULIANA GRAGNANI DE SÃO PAULO

Esgotada nas livrarias, a biografia do poeta curitibano Paulo Leminski (1944-1989), de autoria do escritor Toninho Vaz, não poderá ser publicada novamente.

A poeta e viúva de Leminski, Alice Ruiz, e suas filhas, Estrela e Aurea, querem impedir a publicação da quarta edição do livro "Paulo Leminski - O Bandido que Sabia Latim" (ed. Record, 378 págs.)

O livro, publicado pela primeira vez em 2001, foi autorizado por Alice. A viúva não teve participação nos direitos autorais da obra.

Para a produção da obra, Vaz afirma ter feito pesquisas durante um ano e realizado 81 entrevistas.

A redação da biografia, que seria publicada desta vez pela editora Nossa Cultura, de Curitiba, sofreria apenas uma modificação nesta edição: um parágrafo com o relato de um morador da pensão onde Pedro, irmão de Leminski, morava. Foi o vizinho de quarto de Pedro quem encontrou seu corpo quando ele se suicidou, em 1986.

As três familiares de Leminski enviaram à editora uma correspondência informando que não autorizavam a publicação da nova edição por causa do enfoque "depreciativo à imagem do retratado e seus familiares". Quando recebeu a carta, a editora cancelou a publicação.

Vaz planejava entrar ontem com uma interpelação judicial no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, pedindo esclarecimentos à família. Quer saber o que é depreciativo na obra. O autor, segundo afirmou, deverá entrar também com uma ação por danos morais e materiais.

As filhas do poeta afirmam que barraram a publicação por causa do novo trecho. Ontem, no Facebook, Estrela questionou: "Qual é a relevância de detalhes sórdidos do suicídio para uma biografia dele? Que relevância tem para a obra? Ou seria para dar um molho e vender mais?"

"Pedro foi muito importante para a história do Paulo, ensinou o irmão a tocar violão", diz Vaz. "Não é sensacionalismo. A morte do Pedro foi uma tristeza para mim."

"Se quiserem, tiro esse novo trecho. Mas é vil ter que tirar. É censura", afirma Vaz.

O conflito entre as herdeiras e o biógrafo, que era amigo do poeta, é mais um capítulo no debate sobre a publicação de biografias, que esquentou com o apoio de músicos como Caetano Veloso à exigência de autorização prévia para a publicação.


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