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Música
The xx toca seu som 'urbano e sensível' no Rio e em São Paulo
Show minimalista do trio britânico mistura referências como The Cure e Durutti Column a batidas eletrônicas
'Levou um tempo até gostarmos de estar no palco', diz Oliver Sim, que canta em dueto com a guitarrista da banda
"Qualquer música pode ser pop. É a resposta que dou quando canso de responder sobre música pop."
Por telefone, Oliver Sim parece entediado. Ele acabou de chegar à Cidade do México para a turnê de "Coexist", segundo disco de sua banda, The xx. O grupo toca amanhã, no Rio, e no sábado, em São Paulo.
É fácil não reconhecer uma foto do tímido trio formado também por Romy Madley Croft e Jamie Smith, todos ingleses com cerca de 23 anos. Mas é injusto dizer que The xx é para aficionados em novidades musicais.
As canções de batidas espaçadas fizeram sucesso com o disco de estreia, homônimo, em 2009, e foram parar em campanhas publicitárias e na trilha sonora do filme "O Grande Gatsby".
"Começamos a viajar como banda aos 18 anos e fizemos isso até os 21", diz Sim. Entre o primeiro e o segundo disco pararam para "viver e buscar inspiração" em Londres. "É uma cidade incrível. A música está sempre progredindo, em movimento."
Urbana e sensível, eletrônica e palatável, as canções do grupo trazem referências que são esperadas de alguém com uma década de vida a mais --Sim cita The Cure e Durutti Column como as bandas que ouvia antes de se apaixonar pelo R&B de Aaliyah e En Vogue e por música pop. "Falo abertamente sobre meu amor por Beyoncé. Ela é a maior performer da nossa geração."
Sim e Croft escrevem e cantam letras simples, que parecem emular sentimentos entre um e outro. Amigos desde a infância, fizeram um pacto para sempre cantarem juntos. "Nenhum dos dois tinha confiança para cantar sozinho. Com o tempo cada um passou a cantar uma parte."
O terceiro membro, Jamie Smith, trabalhou com Drake e Rihanna na música "Take Care", e assina remixes para Adele e Florence Welch. "Jamie tem um conhecimento de como uma canção é estruturada," diz Sim. "Ele nos tornou realmente uma banda."
São as batidas de Smith que sustentam o tímido e minimalista show do trio. "Gostamos de estar no palco agora, mas levou um tempo até aprendermos a curtir. Ninguém aqui é um performer natural."