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Análise

Uma das raras obras públicas do artista, afresco reúne abstrato e santo

FABIO CYPRIANO CRÍTICO DA FOLHA

O mal conservado painel "O Sonho de Dom Bosco" reúne uma série de exceções na carreira de Volpi: ele realizou pouquíssimas obras públicas, menos ainda em grande formato, e, no momento em que pintou o afresco, já tinha abandonado o figurativismo na maior parte de suas obras.

Em 1966, as famosas bandeirinhas já tinham se tornado só elementos geométricos para suas sofisticadas composições abstratas. Ele, aliás, odiava ser lembrado como o pintor das bandeirinhas.

O afresco de dom Bosco, entretanto, foi uma encomenda, já que o santo é considerado padroeiro de Brasília, por conta de um sonho que teria tido da capital do país ser lá. Não foi sua primeira encomenda com tema religioso. Em 1951, Volpi já tinha realizado os murais e vitrais da Igreja do Cristo Operário, no Ipiranga, em São Paulo.

Mesmo sendo ateu e anticlerical, fez muitas obras com imagens religiosas, por ser fã da pintura sacra do pré-Renascimento, de artistas como Cimabue (1240""1302).

O painel de Brasília é uma espécie de ápice desse movimento. Sua importância reside na junção de elementos abstratos com o santo. Volpi fez uma série de estudos para o afresco, um deles exposto na nova sede do MAC-USP.

Também em Brasília, fez outro painel com temática religiosa, na capela Nossa Senhora de Fátima, que não agradou ao pároco. Ele a apagou de forma tão radical, que tentativas recentes de recuperá-la, segundo o Instituto Alfredo Volpi, apontaram que foi simplesmente lixada.


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