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Crítica romance

Roteiro antecipável enfraquece obra ligada à tradição norte-americana

ADRIANO SCHWARTZ ESPECIAL PARA A FOLHA

Julia e Cora, a narradora, tiveram um relacionamento e se separaram. Uma foi estudar no Canadá, a outra, na França.

Elas se reencontram, algum tempo depois, em Porto Alegre e resolvem viajar pelo interior do Rio Grande do Sul. É nesse ponto que começa "Todos Nós Adorávamos Caubóis", de Carol Bensimon.

O livro segue, a partir daí, um padrão bem definido. Eventos da viagem evocam eventos do passado: as famílias mais ou menos disfuncionais de ambas são esquadrinhadas, o tempo na faculdade é revisto, a memória da vida no exterior é retomada.

Enquanto isso o leitor vai sendo levado a pequenas cidades (Antonio Prado, Soledade, São Marcos, Minas de Camaquã), com suas figuras locais típicas e não típicas, seus monótonos pontos de interesse.

HISTÓRIAS DE ESTRADA

Há uma clara ligação do romance com a tradição norte-americana, no cinema e na literatura, das histórias de estrada. Isso não seria evidentemente um problema se a narrativa não resvalasse, em tantos momentos, no clichê dessas histórias, em uma espécie de roteiro antecipável de acontecimentos que enfraquece a trama.

O uso fragilizado da linguagem é a contrapartida formal desse clichê: "Havia uma Rural Willys estacionada entre o portãozinho de ferro e a porta da garagem. Eu não sabia muito sobre carros, como já disse anteriormente, mas é claro que poderia reconhecer uma Rural Willys bicolor no meio de um mar de carros populares prata".

O livro talvez lide com a premissa de que demarcar um território (físico, existencial, temporal, literário) resolve questões e soluciona impasses. Talvez essa seja uma premissa problemática. Ou talvez ela não tenha sido explorada do jeito mais adequado.

TODOS NÓS ADORÁVAMOS CAUBÓIS
AUTOR Carol Bensimon
EDITORA Companhia das Letras
QUANTO R$ 37 (192 págs.)
AVALIAÇÃO regular


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