Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Produções antigas voltam ao circuito de SP

Obras de Hitchcock e Carax disputam espaço com filmes atuais em cinemas da cidade

ANA ELISA FARIA DE SÃO PAULO

Na tela, o casal Kim Novak e James Stewart passeiam pela San Francisco da década de 1950. Enquanto isso, um rapaz que os acompanha em "Um Corpo que Cai" (1958) ora vê a cena, ora espia seu smartphone.

Estamos em 2014, mas na programação do Espaço Itaú de Cinema - Augusta filmes como o clássico de Alfred Hitchcock e os cult "Boy Meets Girl" (1984) e "Sangue Ruim" (1986), ambos dirigidos por Leos Carax, dividem horários com atrações atuais, a exemplo de "Blue Jasmine" e "O Lobo de Wall Street".

Hoje, "Fome de Viver" (1983), com David Bowie, chega às telas do Cine Livraria Cultura, do Frei Caneca e do Pompeia para completar o time das produções antigas em cartaz no circuito paulistano.

A ideia de relançar esses títulos, segundo Adhemar Oliveira, diretor da Espaço Filmes --distribuidora responsável por "Um Corpo que Cai" e "Fome de Viver", e que exibirá ao longo do ano uma lista que inclui "Os Pássaros" e "O Pequeno Fugitivo"--, é dar oportunidade a quem não os viu no cinema.

"Existem gerações que nunca experimentaram ver na tela grande obras que são muito legais de se ver nela", diz.

Luciana Dimitrov, 35, concorda. "Já vi Um Corpo que Cai' algumas vezes, mas no cinema só agora. A experiência é totalmente diferente", afirma após a exibição acompanhada pela Folha no último domingo (19).

DE VOLTA AO PASSADO

Espectadora da mesma sessão, Francisca Nishizawa, 74, lembrou de sua mocidade. "Revendo o filme agora, parece que voltei no tempo. Me senti em um mundo meu."

André Sturm, diretor da Pandora Filmes, que trouxe os trabalhos de Carax, conta que, mesmo sabendo do pequeno retorno financeiro que teria, um lado saudosista o moveu a lançar os primeiros longas do francês.

"Assisti a Sangue Ruim' em Paris quando ele estreou, e o filme ficou marcado. Há pouco, soube que os negativos foram restaurados para digitalizar e achei que fazia sentido trazê-los, pois, por incrível que pareça, eram inéditos aqui", diz.

O crítico Pedro Butcher acredita, porém, que os relançamentos não fazem parte de um saudosismo. "Com a digitalização, trazer clássicos ficou mais acessível e barato. Quer dizer, você não gasta a mesma coisa do que para trazer um novo Scorsese. Fora que aquece o lançamento para o home video."

Nos últimos anos, "Laranja Mecânica" (1971) e "Quanto Mais Quente Melhor" (1959) também voltaram ao cinema. Para o produtor Paulo Boccato, de "Minhocas", quanto mais diversidade, "mais saudável fica o mercado".

Da mesma forma que cinéfilos querem ver suas histórias prediletas na telona, há quem não se importa com a idade da obra. É o caso de Vinicius Lopes, 26. Prestes a entrar na sala de "Boy Meets Girl", ele pergunta: "O filme é antigo? Não sabia, vim porque me interessei pela sinopse."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página