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Brasileiro leva realidade e ficção a Berlim

'Castanha', exibido na sexta no festival de cinema com sessão lotada, elabora narrativa sobre vida de transformista

Em competição pelo Urso de Ouro, 'Praia do Futuro', de Karim Aïnouz, será exibido hoje para a imprensa

RENATA MIRANDA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE BERLIM

O longa "Castanha", do gaúcho Davi Pretto, 25, foi o primeiro filme brasileiro exibido na 64ª edição do Festival de Berlim. A estreia ocorreu na sexta, 7, em sessão com ingressos esgotados.

A história é protagonizada pelo ator e performer João Carlos Castanha, 53, que inspira a mistura de realidade e ficção. No longa, escrito por Pretto e Castanha, ele é João, que mora com a mãe num apartamento, tem problemas com um sobrinho viciado em drogas e atua em peças e boates gays de Porto Alegre.

Pretto rejeita o rótulo de "documentário roteirizado". "O cinema é livre, é tudo ao mesmo tempo, não dá para ficar colocando rótulo", diz. "Mas acho que, no fim, isso não é relevante para a compreensão da história."

Castanha conheceu Pretto em 2008, quando o diretor --na época estudante de cinema-- fazia um curta. Em 2011 veio a ideia de um longa.

"Em princípio não sabia o que minha vida tinha de especial para ser tema de um filme, mas depois me senti honrado", diz Castanha.

Financiado pelo Fumproarte, o fundo de apoio à produção artística da Prefeitura de Porto Alegre, "Castanha" teve um orçamento total de R$ 60 mil e foi finalizado dias antes de ser exibido pela primeira vez em Berlim.

Na sexta, Castanha viu o filme terminado. "Foi muito emocionante ver essa história ser contada, principalmente aqui em Berlim", afirma ele, que diz negociar uma performance no festival.

O filme ainda não tem data de estreia prevista no Brasil. Segundo Pretto, "no segundo semestre já deveremos ter alguma exibição marcada em festivais brasileiros".

REPRESENTAÇÃO

Além de "Castanha", o Brasil está representado por outros três longas e um curta na Berlinale. Ontem, o longa "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho", de Daniel Ribeiro, faria sua estreia no festival, enquanto "O Homem das Multidões", de Cao Guimarães e Marcelo Gomes, foi exibido pela primeira vez no sábado.

Hoje, "Praia do Futuro", do diretor Karim Aïnouz, será apresentado pela primeira vez para a imprensa. O filme concorre ao Urso de Ouro na principal mostra competitiva do festival. Também está marcada para hoje a primeira exibição do curta "Eu Não Digo Adeus, Digo Até Logo", de Giuliana Monteiro.

Além de "Praia do Futuro", Aïnouz também tem outro filme no festival. Ele dirigiu um dos episódios de "Catedrais da Cultura" --projeto que explora o mundo da arquitetura, organizado pelo diretor alemão Wim Wenders-- sobre o Centro Georges Pompidou, em Paris.

A série, que usa o 3D para retratar construções emblemáticas, busca respostas à pergunta: "Se prédios pudessem falar, o que diriam sobre nós?". Além do cineasta brasileiro, também fazem parte do projeto nomes como Robert Redford e Margreth Olin.

Amanhã, a Embaixada do Brasil em Berlim fará uma recepção em homenagem aos brasileiros participantes da Berlinale.


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