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Crítica - Música erudita

Coro da Osesp brilha em concerto contemporâneo

SIDNEY MOLINA CRÍTICO DA FOLHA

Depois de imprevistos no início de ano, a temporada da Osesp começou com brilho: há uma concentração diferente, mais unidade entre o "que" e "como" se toca.

Melhor seria dizer "o que se canta", pois o Coro, que celebra 20 anos, tem sido um dos destaques. Anteontem, ele foi o cerne de um concerto camerístico dedicado à música dos séculos 20 e 21.

Obras do jovem Villa-Lobos (1887-1959) abriram e fecharam a apresentação: o sutil "Quatuor" (para flauta, sax alto, harpa, celesta e coro feminino), que fez parte da programação da Semana de 1922, e o heterogêneo "Noneto".

Ambas foram apresentadas em Paris em maio de 1924 (há uma excelente reconstituição do programa integral desse concerto em CD dirigido por Gil Jardim).

Conduzido por Celso Antunes, coro e instrumentistas encontraram o peso certo para cada linha sonora. A frase descendente no fim do "Noneto" --com as vozes deixando apenas uma ressonância suspensa no espaço-- foi um efeito extraordinário.

A identidade do Coro revelou-se por inteiro no breve "Salmo 100", que Charles Ives (1874-1954) escreveu logo após sua formatura na universidade de Yale.

"Tenerife", do paulista Alexandre Lunsqui --encomenda da Osesp--, foi concebida a partir do poema "A Poesia Explicada em Tenerife", de Haroldo de Campos (1929-2003). Lunsqui é compositor maduro, artesão do timbre com gosto por condução rítmica clara.

O genial poema --que tem ecos do Drummond de "Claro Enigma"-- foi propositalmente pulverizado, restando fonemas e algumas poucas palavras-guia para a lapidação sonora.

De ordem diferente é a composição de Elliott Carter (1908-2012), "Mad Regales" (para seis vozes solistas), que deixa intactos os textos do poeta norte-americano John Ashbery.


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