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Crítica - Artes visuais

Exposição da coleção Ludwig é retrato pálido da história da arte

EM CERCA DE 80 TRABALHOS, HÁ ALGUNS SIGNIFICATIVOS, COMO A SÉRIE '48 RETRATOS', DO ARTISTA ALEMÃO GERHARD RICHTER

FABIO CYPRIANO CRÍTICO DA FOLHA

Coleções privadas, como a do alemão Peter Ludwig, com uma pequena parcela em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil, podem se diferenciar daquelas de museus por se concentrarem em um gosto pessoal e personalista.

Enquanto museus buscam reunir obras que contam a história da arte de forma ampla e, cada vez mais, inclusiva, o que se vê na mostra do CCBB, "Visões na Coleção Ludwig" é um pálido retrato dos últimos 50 anos.

É fato que a coleção Ludwig está dividida em vários museus ao redor do planeta, seja na Alemanha, na China ou na Rússia --de onde saiu o recorte para a mostra no CCBB paulista, que ainda vai passar por Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Contudo, o nome da coleção, ou seja, sua marca, está sempre muito acima de uma tentativa mais completa de pensar as últimas décadas.

Em aproximadamente 80 trabalhos, há alguns significativos, como a série "48 Retratos", do artista alemão Gerhard Richter. A versão na coleção Ludwig é composta por fotografias das 48 pinturas, realizadas pelo artista em 1972, de figuras históricas dos séculos 19 e 20.

A exposição traz ainda nomes relevantes na história da arte, como Picasso, Jasper Johns, Cy Twombly, Andy Warhol e Basquiat. Contudo, essas figuras não estão em uma companhia de seu nível.

Colecionador aparentemente voraz, Ludwig possui em seu acervo muitas pinturas do Leste Europeu, que dão à mostra um contorno um tanto exótico, mas que não geram um grupo uniforme.

Se os nomes estelares ajudassem a olhar essa produção de outra forma, a mostra poderia fazer sentido, mas o fato é que essas pinturas um tanto kitsch rebaixam o conjunto de forma radical.

A impressão que se tem ao final é de que, se Ludwig reuniu um significativo grupo de artistas norte-americanos no período pós Segunda Guerra, o mesmo não aconteceu com os russos adquiridos depois da queda do muro de Berlim. É esse descompasso que empobrece a mostra, um episódio pouco digno do CCBB.


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