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Rap no shopping

Montagem do primeiro e único musical da Broadway com danças de rua chega a teatro dentro de um centro de compras em São Paulo

IARA BIDERMAN DE SÃO PAULO

O rap vai entrar no shopping. E não é "rolezinho".

Amanhã, no Teatro Bradesco do shopping Bourbon, em São Paulo, estreia "Nas Alturas", adaptação de "In the Heights", primeiro musical de rap da Broadway.

A dança é um dos pontos fortes da peça. Sua coreografia foi premiada em 2007, no Drama Desk Award (da imprensa especializada nova-iorquina), e em 2008, no Tony (maior premiação do teatro americano), quando também levou os prêmios de melhor trilha, arranjo e espetáculo na categoria musicais.

No palco, o breaking, o hip hop free style e outras vertentes das danças urbanas ganham mais um espaço no show business --além das turnês de música pop, em que as coreografias nascidas nas ruas brilham há tempos.

A montagem brasileira conta com um coro de dançarinos que começaram nas jams (improvisações) do hip hop, como Charles Damásio, para contar a história da comunidade de imigrantes latinos de Washington Heights, bairro no extremo norte de Manhattan.

Em cena, está a periferia de Nova York (que poderia ser de São Paulo, do Rio, de Salvador). Como a dança e a música que conduzem a trama, é um espetáculo totalmente relacionado com o dia a dia de uma grande cidade.

"Não tem um herói trágico nem um grande vilão. O texto original [de Lin-Manuel Miranda] é quase um diário de sua vida no bairro, é muito real", diz André Dias, diretor da montagem brasileira.

"A cultura da periferia não é o rock ou o axé, é o hip hop", afirma Péricles Carpigiani, 37, que faz o papel de Usnavi, o protagonista. Além da atuação no teatro, Carpigiani organiza os shows da ONG Skate Social de Poá, Grande São Paulo.

Para ele, como na cultura hip hop, música e dança são totalmente amarradas na peça, que também retrata as figuras-chave dessa cultura, como o líder da comunidade (Usnavi) e o grafiteiro militante (interpretado pelo dançarino Thiago Vianna).

Assim como o texto, as letras das músicas foram traduzidas para o português por Victor Mühlethaler. A dança, que fala todas as línguas, é a premiada coreografia original do americano Andy Blankenbuehler.

A bailarina e coreógrafa Greer Gisy, que foi do elenco de "In the Heights" na Broadway, veio ao Brasil para orientar a montagem, em que as danças vão se encadeando uma nas outras."Não tem nada separado: agora canta, agora dança, agora fala. É tudo junto", afirma Dias.

A atriz Myra Ruiz, 21, que faz a protagonista feminina do musical (Nina), disse que assistiu a peça na estreia na Broadway, quando morava em Nova York.

"Ao contrário dos outros musicais, não tinha efeitos especiais, o cenário era muito simples. Mas o elenco era sangue nos olhos', fazia com muita paixão", conta a atriz.

Para o diretor André Dias, o espetáculo não tem pirotecnia, mas tem força. "Vai na contramão dos musicais que as pessoas estão acostumadas a ver, mas acho que a fusão de dança, ritmos e linguagens urbanas vai agradar."


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