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Peça coloca bonecos entre fetiches sexuais

'Transgressões', criada para festejar os 30 anos do grupo Pia Fraus, reutiliza personagens de outros espetáculos

Em SP, programação de aniversário terá encenações infantis, como 'Kachtanka', baseado em Tchékhov

GABRIELA MELLÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As diversas possibilidades de relações sexuais são experimentadas em "Transgressões", novo espetáculo adulto do grupo Pia Fraus. O trabalho foi criado para festejar 30 anos da tradicional companhia de teatro de bonecos.

A obra integra uma programação comemorativa, que começa amanhã no Sesc Pinheiros, zona oeste de SP.

O evento é constituído também por uma exposição de bonecos, pela estreia de "Kachtanka", espetáculo para crianças baseado no conto homônimo de Tchékhov, e de sucessos infantis da companhia, como "Bichos do Brasil" e "Filhotes da Amazônia".

Em "Transgressões", que entra em cartaz em 9 de maio, um casal põe em prática suas fantasias sexuais. As vivências acontecem entre quatro atores/bailarinos e cerca de 30 bonecos. "A peça é nosso depoimento sobre sexo, tema que para muitos ainda é tabu. A humanidade ainda não se resolveu sexualmente", diz o diretor Beto Andreetta.

O desejo de transgredir se dá também pela forma. Os bonecos utilizados pertencem ao acervo da Pia Fraus. Foram criados por Beto Lima, um dos fundadores da companhia, morto em 2005.

"Ao utilizá-los, rompemos uma tradição do teatro de bonecos na qual todo boneco é feito para apresentar um mesmo personagem", diz Andreetta.

Como na maioria dos espetáculos da companhia, quase não há palavra em cena. A compreensão se dá, sobretudo, pelas vias sensoriais.

"Por se tratar de espetáculos imagéticos, contamos uma história e às vezes o público entende outra. A recepção é mais aberta do que em peças tradicionais", diz. "Vejo isso como uma qualidade."

Há cinco anos o grupo não se fazia um espetáculo adulto --desde "Primeiras Rosas", sobre a obra de Guimarães Rosa. Segundo Andreetta, o hiato não foi só opção.

"Há um bom tempo percebemos que para sobrevivermos em cena, precisávamos amplitude de foco. Tínhamos que fazer espetáculos adulto, infantil e de rua", afirma.

Segundo sua experiência, o mercado infantil é o mais rentável. "Além de a demanda ser maior, os espetáculos são atemporais e possuem longevidade", diz Andreetta.


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