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Tributo a Zeca Pagodinho reúne samba, rock e rap

Mumuzinho, Frejat e Emicida estão entre os intérpretes de composições do músico no projeto 'sambabook'

Compilação de 26 faixas também traz a participação de Maria Rita, Roberta Sá, Gilberto Gil e Djavan

ADRIANO BARCELOS DO RIO

Zeca Pagodinho, 55 anos, celebra o ingresso no seleto clube dos compositores homenageados pelo projeto chamado "sambabook".

Antes dele, apenas João Nogueira (1941-2000) e Martinho da Vila, 76, tiveram sua obra registrada no formato, caracterizado por composições de um mesmo autor registradas em um fichário de partitura e gravadas em áudio e vídeo por outros artistas.

Em um passado nem tão distante, mais etílico e insone, Zeca criou clássicos do samba. Hoje, confessa, se a inspiração bater de madrugada, há grande chance de simplesmente "virar pro lado".

"Antigamente, eu nem acordava, né? Já estava acordado. Hoje, se eu acordar, eu durmo de novo. Não levanto mais. Não tenho paciência. Deixo para o dia seguinte."

A informalidade com que Zeca trata a própria obra foi o principal desafio dos convidados, uma extensa lista que mescla figurões do samba a intérpretes improváveis como Roberto Frejat, que cantou "Brincadeira Tem Hora", de Zeca e Beto Sem Braço.

"Ele canta tão bem que não dá para melhorar", diz Frejat.

O "sambabook" foi gravado em quatro dias, em dezembro passado. O resultado, como é comum em projetos do tipo, é bastante irregular.

Há momentos altos nas 26 canções, como Djavan se apropriando de "Judia de Mim" ou Gilberto Gil cantando "Não Sou Mais Disso", inusitado no sotaque baiano.

Há também a bela interpretação de Roberta Sá para "Mutirão de Amor", ou de Maria Rita em "Alto Lá".

Entre as surpresas, a interpretação de "Vou Botar teu Nome na Macumba", por Mumuzinho, e a participação do rapper Emicida, que rimou "O Bagaço da Laranja".

"Só fiquei com uma coisa na cabeça: já fizeram todas as rimas com anja' que existem, não vai me sobrar uma palavra", brincou o cantor.

Empolgado com o olhar que se voltou sobre sua obra, Zeca cogita voltar a compor. Lembra que muita coisa está perdida em gavetas ou com parceiros. Mas uma sombra do passado o atormenta. "Às vezes faço um samba. Aí ponho um disco do Ismael [Silva], pego o meu e rasgo."


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