Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Favelas do Rio recebem festival de circo

Espetáculos de grupos brasileiros e estrangeiros serão apresentados em mais de 60 locais até a próxima segunda

Show com futebol jogado nas alturas por acrobatas, da Cia Base, de São Paulo, é atração hoje na Vila Cruzeiro

ADRIANO BARCELOS DO RIO

Futebol a 20 metros de altura, atiradores de facas no palco do Theatro Municipal do Rio ou intervenções artísticas na favela.

Tudo que à primeira vista pareceria fora do lugar estará integrado à paisagem durante a segunda edição do Festival Internacional de Circo do Rio de Janeiro, que vai até o próximo dia 19.

O evento tem a meta de levar 250 mil espectadores para mais de 60 locais do Rio, sendo 46 palcos montados em comunidades.

Os espetáculos de circo contemporâneo predominam entre as mais de 50 atrações que vêm de dentro e de fora do Brasil.

Entre os estrangeiros, há grupos provenientes de Israel, Holanda, Espanha, Argentina, Colômbia, Portugal, Bélgica, Reino Unido, França, Itália, Peru, Chile e República Tcheca.

Os tchecos, aliás, quebraram um tabu histórico: pela primeira vez em 95 anos, o palco do Theatro Municipal do Rio recebeu uma apresentação circense.

A companhia Cirk La Putyka mostrou, na abertura do festival, no último dia 8, o espetáculo "Risk".

A exibição prendeu o público em uma narrativa sobre os riscos a que cada um se submete ao longo da vida. Para contar essa história, o grupo usou acrobacia, dança contemporânea e teatro de marionetes.

O ingresso para o Municipal, vendido a R$ 1, foi o único cobrado entre os das mais de 200 apresentações do festival carioca.

GRAVIDADE

Na programação, um dos espetáculos de destaque entre os grupos nacionais é o da Cia Base, de São Paulo.

Especializado em dança vertical, o grupo desafia a gravidade em uma apresentação nova.

Em três atos, a trupe combina artistas no chão e nas alturas para recontar artisticamente a história do futebol desde que o paulista Charles Miller (1874-1953) trouxe o esporte da Inglaterra para o Brasil.

Um dos atrativos para os cerca de 400 artistas envolvidos no festival é a possibilidade de se apresentar nas favelas cariocas.

Para a Cia Base, não é diferente. O grupo já exibiu "Futebol Voador" duas vezes durante o festival: uma na Cidade das Artes e outra no Parque Madureira. A terceira e última, hoje, acontece no Campo do Ordem, na Vila Cruzeiro, uma das favelas que compõem o complexo do Alemão, na zona norte do Rio.

"A favela é um lugar muito especial. As crianças dali, com o que elas mais sonham? Jogar futebol", afirma o diretor e roteirista da Cia Base, Cristiano Cimino. "Elas vão ver uma bola que voa. É uma associação lúdica absurda para a criança", completa.

O festival foi majoritariamente financiado com recursos da Prefeitura do Rio. O repasse direto do município foi de R$ 3,5 milhões, com outros R$ 2 milhões disponibilizados na forma de incentivos fiscais. Pela Lei Rouanet, federal, foram captados R$ 300 mil.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página