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Ensaio aberto

Espetáculos expõem truques, riscos e diversidade do circo em festival internacional que começa hoje em São Paulo

IARA BIDERMAN DE SÃO PAULO

Mostrar um circo do avesso, com seus mecanismos de montagem, truques e até o momento próximo ao erro que pode ser fatal é o mote do festival internacional Circos, que começa nesta sexta (23) em São Paulo.

A segunda edição do evento organizado pelo Sesc ocorre logo após o encerramento de um festival no Rio, também dedicado às artes circenses, com 450 artistas de várias partes do mundo entre os dias 8 e 18 deste mês.

"A atividade circense já vem se expandindo há algum tempo. O que é recente no Brasil é esse formato de festival: não é competitivo, e sim uma mostra de tendências, com um grande número de participantes nacionais e estrangeiros", diz Mario Bolognesi, pesquisador de circo e professor de teatro da Unesp (Universidade Estadual Paulista).

Nos espetáculos que serão apresentados em São Paulo, acima da diversidade de escolas, países e técnicas, a tendência mais marcante são as produções metalinguísticas: o circo falando sobre si mesmo.

Em alguns casos, a montagem do picadeiro será feita diante do público --como o caminhão-trapézio para acrobacias da trupe Brasil Lux e o balão onde os Irmãos Sabatino encenam a história do trapezista que tenta aprender a manobra do salto triplo.

Em outros, a dramaturgia é calcada na encenação do "ensaio" do espetáculo que está sendo apresentado.

RISCO ONIPRESENTE

"A curadoria do festival quis ressaltar o caráter humano atrás da perfeição que se espera de um artista de circo: certa imprecisão, certo desequilíbrio e o risco sempre envolvido na atividade", diz Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc-SP.

O avesso do avesso da perfeição fica claro no espetáculo "Belonging", parceria da companhia inglesa Graeae Theatre com o Circo Crescer e Viver, do Brasil.

Na montagem, uma das que abrem o festival, o virtuosismo surge em corpos deficientes, o que ressalta ainda mais a qualidade e a exatidão dos movimentos do artista circense e os riscos envolvidos na atividade.

"O circo sempre foi um lugar para ver pessoas diferentes'. Ter que se equilibrar num pé só ou contorcer o corpo é a norma", diz a inglesa Jenny Sealey, diretora do Graeae.

Para o codiretor do espetáculo, o carioca Vinícius Daumas, trata-se da própria essência do circo. "O que define essa linguagem em relação às outras artes cênicas é o risco onipresente, é assistir a um espetáculo em que, cena após cena, vemos o ser humano ultrapassar seus limites."


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