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Momento animado

Com número recorde de filmes no maior festival de animação do mundo, Brasil chama atenção estrangeira e se firma no gênero

GUILHERME GENESTRETI DE SÃO PAULO

Um garoto de pernas finas pode dar um título ao Brasil neste mês. Não um craque do futebol, mas o protagonista do filme "O Menino e o Mundo", que disputa o principal prêmio no Festival de Annecy, na França, o mais importante evento mundial da animação.

Além do longa de Alê Abreu, exibido na mostra competitiva, outros brasileiros --"Até que a Sbórnia nos Separe" (Otto Guerra e Ennio Torresan Júnior) e "Luz, Anima, Ação" (Eduardo Calvet) integram a seleção do festival, que começa na segunda (9).

Até 2013, quando o desenho animado "Uma História de Amor e Fúria", do paulista Luiz Bolognesi, ganhou o prêmio de melhor filme, nenhum longa do Brasil havia participado do evento. Neste ano, com os três filmes, o país tem a maior presença ali.

"Caiu a ficha lá fora para nossos filmes", diz Bolognesi, que faz parte do júri desta edição. "Apostam no Brasil como novo território da animação de qualidade."

O canadense Marcel Jean, diretor do festival, diz à Folha que o que sobressai entre as produções brasileiras é o estilo. "Não querem se parecer com desenho americano".

GIZ E CANETA BIC

Com técnica que mistura giz de cera, pastel e caneta Bic, "O Menino e o Mundo" conta a história de um garoto que vaga por um mundo fantástico em busca do pai.

"A opção estética veio de imaginar como o menino veria o mundo. Daí as duas luas, as florestas, os bichos", diz o diretor, o paulista Alê Abreu, 42. O filme, premiado na última Mostra de São Paulo, está há cinco meses em cartaz.

O diretor, que está em seu segundo longa, começou a carreira como estagiário nos estúdios de Mauricio de Sousa. Ele acompanhou evolução da animação brasileira.

"O computador democratizou a produção aqui, ajudou a dar o boom'. Antes, com o acetato, era tudo muito caro."

Até os 1990, o desenho animado era feito de forma artesanal e demorada: 10 minutos de movimento consumiam cerca de 7 mil folhas de acetato, onde as imagens eram pintadas.

Esse processo é narrado no documentário "Luz, Anima, Ação", de Eduardo Calvet, que repassa o caminho brasileiro no gênero desde 1917. É uma história feita por "gente que trabalhava anos quase sozinha e não tinha sucesso comercial", segundo Calvet.

O diretor gaúcho Otto Guerra, 56, vai exibir em Annecy seu terceiro longa, "Até que a Sbórnia nos Separe". O filme mostra uma dupla de músicos em um país fictício.

Segundo ele, a diversidade cultural do Brasil facilita a acolhida. "Se fôssemos um país fechado, as histórias não seriam tão aceitas. As nossas são fáceis de assimilar", diz.


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