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Jornalista redescobre a SP de escritores

No livro 'São Paulo, Literalmente', João Correia Filho dá dicas turísticas inspiradas por nomes como João Antônio

Guia se refere, por exemplo, ao bairro de Higienópolis, onde se passa a obra 'Amar, Verbo Intransitivo'

CADÃO VOLPATO ESPECIAL PARA A FOLHA

O jornalista João Correia Filho não se considera nem um bom redator nem um bom fotógrafo. Mesmo assim, desde 1999, quando chegou a São Paulo vindo de Leme, vem trabalhando com o texto e a fotografia no mesmo pacote.

Já escreveu e fotografou para diversas revistas, sempre com uma pegada literária. Também publicou dois guias turísticos impregnados de literatura: "Lisboa em Pessoa" e "À Luz de Paris", ambos pela editora Leya.

Neles, Correia seguiu os passos dos escritores que deram vida a essas cidades, misturando sugestões turísticas óbvias com observações pessoais e toques mais sugestivos.

O de Lisboa, cuja ideia nasceu nas ruas da cidade, ganhou o prêmio Jabuti. Já o terceiro guia de Correia leva os leitores para um passeio literário um pouco mais esquisito em matéria de paisagem.

Esqueça Lisboa e Paris: você entrará numa cidade de 12 milhões de habitantes, violenta, poluída e barulhenta, cortada por um viaduto horroroso de 3km de extensão.

"São Paulo, Literalmente "" Uma Viagem pela Capital Paulista na Companhia de Grandes Escritores" é um guia despretensioso que fala dos livros escondidos numa megalópole em atrito permanente com o espelho.

"São Paulo, Literalmente" mostra onde e como escritores se debruçaram sobre a cidade. E também como ela permanece viva nos seus livros.

Bastava juntar as peças, e foi o que Correia fez, batendo perna e pesquisando in loco durante vários meses. "Esse guia acabou saindo mais literário que o de Lisboa e o de Paris, mas não é só para fissurados em literatura", diz.

A cidade despertou velhas e novas paixões no autor. Mário de Andrade (1893-1945), João Antônio (1937-1996) e Guilherme de Almeida (1890-1969) foram os escritores mais presentes nas suas andanças.

Ao reler o romance "Amar, Verbo Intransitivo" (1927), de Mário de Andrade, que se passa em Higienópolis, Correia reacendeu emoções antigas.

João Antônio foi uma descoberta. Contos como "Afinação da Arte de Chutar Tampinhas" e "Malagueta, Perus e Bacanaço" são por si só um guia compacto de Lapa, Pinheiros ou Água Branca.

"Se eu conseguir fazer com que o leitor vá atrás de Malagueta, Perus e Bacanaço', já valeu a pena ter escrito o guia", afirma Correia Filho.

O poeta Guilherme de Almeida aparece e reaparece em diversos momentos, seja no Obelisco do Ibirapuera, decorado com seus versos de combatente, ou na pouco visitada Casa Guilherme de Almeida, na Barra Funda.


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