Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Novo livro traduz 'carioquês' das ruas para estrangeiros

Termos como 'azaração', 'sinistro' e 'demorô' aparecem ilustrados com imagens no glossário 'Carioca Lifestyle'

Guia que ensina a 'ser carioca', nas palavras de seu autor, André Eppinghaus, tem visão edulcorada do Rio

DE SÃO PAULO

"Olhar com indiferença, mas com desejo. Sorrir com vontade, mas sem luxúria. Chegar perto, sair de perto, chegar junto de novo." Em bom inglês, é assim que se define o vocábulo "azaração".

Um livro recém-lançado traduz essa e outras 49 palavras do "carioquês" mais "sinistro" para estrangeiros que se aventuram pelo Rio em tempos de Copa do Mundo.

Em tempo: "sinistro" pode "ser algo bom, ruim, estranho ou legal". Mas nada provoca tantas dúvidas quanto "parada" --não do verbo parar ou ponto de ônibus, mas o substantivo pau para toda obra que faz as vezes de "coisa".

Nas palavras do autor de "Carioca Lifestyle A to Z", o publicitário André Eppinghaus, "só no Rio você vai poder comprar uma parada, ver uma parada, fazer uma parada, tomar uma parada".

"É o coringa do léxico carioca", resume Eppinghaus. "Foi a palavra que originou a série, que é um breve glossário do carioquês', um guia não usual do que é ser carioca a partir daquilo que a gente tem de mais espontâneo e bacana, que é nosso léxico."

Mas esse "glossário" não estaria completo sem as imagens. Cada palavra do livro é ilustrada com fotografias de cores saturadas clicadas no Rio, em geral nas praias.

No fundo, ou melhor, na superfície, é uma visão edulcorada, bastante publicitária e um tanto exagerada das mil maravilhas de se viver no Rio.

No verbete "Arpex", "carioquês" para Arpoador, o pôr do sol inunda uma página dupla. "Beleza" traz um belo rapaz bronzeado na praia, enquanto "demorô" é ilustrado por garotas dando tchauzinho a amigos no calçadão.

Sem rodeios, o prefácio do livro já decreta que "a vida no Rio é casual e espontânea, e por isso todo mundo é feliz".

Eppinghaus lembra, no entanto, que todas as imagens foram feitas nas ruas do Rio, retratando anônimos.

"Tem uma verdade grande", diz o autor. "Não tem modelo profissional, mas tem a intenção de ser atraente, para que o livro tenha o jeito de o Rio falar e de se mostrar."

Imagens à parte, são palavras que servem de alicerce conceitual para a marra ou ginga carioca. Esse jeito de bem com a vida surge sedutor nas páginas do livro, como uma herança distante --e elétrica-- da bossa nova.

"Morando no Rio, você convive com isso", diz Eppinghaus. "É essa mistura de asfalto, morro, samba e funk."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página