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Encenação teatral pelas ruas de São Paulo celebra James Joyce

Conhecido como Bloomsday, o dia 16/6 homenageia 'Ulysses'

MARCO RODRIGO ALMEIDA DE SÃO PAULO

Esta segunda-feira é uma espécie de feriado no mundo da literatura. Há 110 anos, neste mesmo dia 16 de junho, Leopold Bloom saiu de casa pela manhã, cumpriu suas tarefas pelas ruas de Dublin (Irlanda) e retornou ao lar pela noite, onde sua mulher, Molly, o esperava.

Um dia banal, não? Mas foi desse entrecho enganosamente simples que o escritor irlandês James Joyce (1882-1941) criou o romance mais célebre do século 20.

Leopold e Molly são os personagens centrais de "Ulysses", livro publicado originalmente em 1922. Toda a ação do romance, uma adaptação moderna da "Odisseia" de Homero, transcorre no dia 16 de junho de 1904.

Há uma explicação para a escolha da data: naquele dia Joyce teve sua primeira relação sexual com a futura mulher, Nora Barnacle.

O culto ao livro, divisor de água na história da literatura por suas inovações formais, transformou a data numa espécie de final de Copa dos amantes da literatura.

O Bloomsday, como ficou conhecido o dia, é comemorado a cada ano em várias cidades do mundo. Em São Paulo, as homenagens começaram por iniciativa do poeta Haroldo de Campos (1929 -2003) em 1988. Agora o evento é organizado pelo poeta e tradutor Marcelo Tápia.

Nesta segunda, haverá um cortejo entre a Casa Guilherme de Almeida, da qual Tápia é diretor, e o Finnegan's Pub, bar batizado em homenagem a outro famoso romance de Joyce, "Finnegans Wake" (1939).

No trajeto,e depois no pub, atores do grupo Estrela D'Alva de Teatro encenarão trechos de "Ulysses" e outros livros de Joyce.

"A obra de Joyce é inesgotável, e este dia celebra anualmente sua perenidade", comenta Tápia.

Existem três traduções de "Ulysses" no Brasil: a de Antônio Houaiss (1966), a de Bernardina da Silveira Pinheiro (2005) e a de Caetano Galindo (2012). Esta última é considerada a melhor das três.

"Acho bem bacana a existência de um feriado como o Bloomsday, determinado por motivos ficcionais. É uma demonstração do poder da literatura", afirma Galindo.


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