Folha de S.Paulo

Crítica

'Os Dez Mandamentos' inclui erotismo em história bíblica

Cecil B. DeMille tinha um monte de defeitos, a começar por um pensamento meio primitivo sobre o mundo. Ao mesmo tempo, ele tinha um sentido acurado do grandioso, do espetacular.

E de suas ideias podia tirar por vezes coisas muito interessantes, como "Os Dez Mandamentos" (TC Cult, 18h; 14 anos), que começa por ser uma grandiosa reconstituição do livro bíblico referente à fuga do Egito pelos judeus.

Para DeMille, no entanto, ainda era preciso associar à fuga, e aos grandiosos efeitos, o erotismo, coisa que o festim de adoração do bezerro de ouro provê à vontade (não só ele, na verdade).

Por fim, nada como um pouco de anticomunismo, pois de um lado estará o "Deus verdadeiro" (o judeu, leia-se: o pai do Cristo), de outro os falsos ídolos. Essa guerra, DeMille venceu. E ainda fez um bom filme.